Íris Rocha de Souza foi assassinada aos oito meses de gestação; ex-namorado é principal suspeito
Íris Rocha de Souza foi assassinada aos oito meses de gestação; ex-namorado é principal suspeito. Crédito: Acervo pessoal/Montagem: A Gazeta

Morta grávida, Íris sonhava viajar para o exterior e terminar mestrado

Íris Rocha de Souza, de 30 anos, era conhecida por ser uma pessoa extrovertida e carinhosa. No condomínio onde morou com a mãe e o filho, amigos afixaram um cartaz com uma homenagem expressando a saudade

Tempo de leitura: 4min
Vitória
Publicado em 19/01/2024 às 18h49

Dinâmica, alegre e divertida: assim Íris Rocha de Souza, de 30 anos, foi descrita pela mãe, a jornalista aposentada Márcia Rocha. Íris, que era enfermeira e mestranda na área da Saúde, estava grávida de oito meses quando foi brutalmente assassinada. O ex-namorado dela e pai da bebê, Cleilton Santana dos Santos, é o principal suspeito do crime.

A bebê, que se chamaria Rebeca, também não resistiu. Além dela, Íris tinha um filho de oito anos, fruto de um relacionamento anterior, a quem ela se dedicava todos os dias.

“Ela queria que o filho soubesse tudo o que pudesse ensinar para ele. Então, ela tentava ensinar tanto os estudos. Levava para aulas extras, por exemplo, porque queria que ele fosse a pessoa mais instruída possível. Os poucos recursos que a gente tinha, ela tirava esse tempo e esse valor para que ele tivesse esse ensinamento. E todos os hobbies dela ela queria ensinar para ele”, conta Márcia.

Segundo a mãe da jovem, foi Íris quem ensinou o filho a andar de skate, de bicicleta e a nadar, entre tantas outras coisas que ela mesma adorava fazer nas horas livres.

“São coisas que ele aprendeu com ela. Ela levava pra lá e para cá. Eu dava apoio logístico sempre, como avó, mas ela, como mãe, era quem tomava a frente. Deixou muitas memórias. Nossa, ele ama demais a mãe dele.”

A menina, Rebeca, que foi enterrada junto de Íris, era motivo de felicidade. “Minha filha ficava assim: ‘Será que vai ficar mais parecida comigo? Será que vai parecer com você (avó)? Mas, oh, nós vamos criar ela mais tranquila, porque criei o menino do jeito que eu gosto de ser, mas ela vai gostar de coisas mais calmas, mais tranquilas.’ E eu falava: ‘não, filha, ela vai ter o jeito dela, ela vai escolhendo o jeito dela ser’. E ela (Íris) ficava pensando já no futuro, sabe? Pensando o que a menina ia vestir, o que Rebeca ia viver. Ela estava muito empolgada, muito feliz.”

A enfermeira era conhecida por ser uma pessoa extrovertida e carinhosa. Fazia amizades com facilidade. No condomínio em que morou com a mãe e o filho mais velho – cuja guarda dividia com o pai do menino –, amigos afixaram um cartaz com uma homenagem expressando a saudade deixada por Íris.

Iris ganhou homenagem no condomínio em que vivia com a mãe antes
Iris ganhou homenagem no condomínio em que vivia com a mãe. Crédito: Acervo familiar

“Ela sempre foi muito dedicada. Tinha um sorriso bem expansivo, era muito amiga. Era muito linda, por dentro e por fora. Aqui no condomínio, então, todo mundo a ama. Era muito prestativa. Ela se doava mesmo. Ela gostava de cuidar das pessoas, de zelar, fazer o que ela podia fazer de melhor, sem distinção, sem preconceito de nada”, lembrou Márcia.

A escolha pela Enfermagem como área de atuação foi um caminho natural aos olhos da mãe. Íris sempre se dedicou aos estudos, inclusive porque via na especialização uma chance de obter diferenciais para o currículo e alçar voos mais altos.

“Ela falou: ‘Mãe, eu vou fazer o mestrado. Vou atrasar um pouco de trabalhar na área dita comercial, porque eu quero entrar (no mercado) já com esse diferencial. Passando em concurso público, por exemplo, isso me facilitará conseguir os recursos necessários e um tempo para eu ir com o meu filho para passear na Europa, passear nos Estados Unidos'”, relata Márcia.

Viajar, segundo Márcia, era um sonho da filha, que tinha amigos no exterior e a expectativa de rodar o mundo com o filho. “Ela falou: ‘lugares para eu ficar eu já tenho, então agora eu só vou me dedicar para ajudar esse dinheirinho para eu ir’.”

A enfermeira fazia mestrado na área de Ciências Fisiológicas, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e atuava como pesquisadora no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), na Capital. Conforme explicou a instituição, ela coordenava o estudo CV-Genes, que avalia o impacto do componente genético como fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica no Brasil.

“Eu acho que ela abraçou a Enfermagem. Quando apareceu a oportunidade sobre vários cursos, ela falou: ‘Nossa, tem tudo a ver comigo, mãe’. E, realmente, ela se dedicou o máximo. Era uma pessoa de muita garra”, destaca a mãe.

Íris Rocha de Souza foi assassinada aos oito meses de gestação; ex-namorado é principal suspeito

 Íris Rocha de Souza foi assassinada aos oito meses de gestação; ex-namorado é principal suspeito
Íris Rocha de Souza foi assassinada aos oito meses de gestação; ex-namorado é principal suspeito. Acervo familiar
 Íris Rocha de Souza foi assassinada aos oito meses de gestação; ex-namorado é principal suspeito
Íris Rocha de Souza foi assassinada aos oito meses de gestação; ex-namorado é principal suspeito. Acervo familiar
Iris ganhou homenagem no condomínio em que vivia com a mãe antes
Iris ganhou homenagem no condomínio em que vivia com a mãe antes. Acervo familiar
Márcia Rocha, mãe de Íris, pede justiça por filha morta em Alfredo Chaves
Márcia Rocha, mãe de Íris, pede justiça por filha morta em Alfredo Chaves. Caíque Verli e Acervo familiar
Íris Rocha de Souza, grávida de 8 meses assassinada em Alfredo Chaves
Íris Rocha de Souza, grávida de 8 meses assassinada em Alfredo Chaves. Acervo familiar
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves. Redes Sociais
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves

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