Emanuelly Cristina Aguiar, Manu, como era chamada carinhosamente pela família, adorava a época de fim de ano, por causa das festas de Natal e ano novo, mas também porque era o momento de começar a planejar o aniversário dela. Ela estava animada para comemorar os seus 19 anos no dia 12 de janeiro. Mas os planos da jovem foram interrompidos na tarde de 3 de dezembro.
Emanuelly foi assassinada com um tiro no peito dentro da casa em que morava com os avós no bairro Grande Vitória, na Capital do Espírito Santo. Segundo a polícia e familiares da vítima, o ex-namorado é o principal suspeito.
A data do aniversário era esperada todo ano com ansiedade por Manu. Ela gostava de reunir a família. “Todo o aniversário, ela sempre dava um jeito de comemorar, nem que fosse uma festinha pequena, mas tinha que ter alguma coisa”, conta a avó Arilda Aparecida Araújo Ferreira, de 54 anos.
Manu fazia questão de comemorar os aniversários.
“Ela era a alegria em pessoa. Sempre muito animada e carinhosa”, lembra a mãe, Débora Cristina Araújo, de 39 anos. Manu tinha outras duas irmãs mais novas, que moravam com a mãe. Todas muito unidas. Elas tinham um grupo de mensagens juntas
Dois dias antes do crime, elas tinham ido ao cinema. “A gente fazia esse encontro no cinema todo o fim de ano, quando eu recebia o 13º salário, e tinha um dinheiro a mais. Foi a última vez que vi minha filha. A última vez que ela falou comigo: ‘bença mãe, te amo’”, conta Débora.
A mãe conta que a jovem começou a trabalhar aos 15 anos, fazendo estágios, enquanto ainda estudava. Manu deixou os estudos de lado durante a pandemia, porque não conseguia acompanhar as aulas de forma remota, e começou a trabalhar na lanchonete de uma tia.
Ela pretendia voltar a estudar e fazer um curso de radiologia, em 2022, segundo a avó, e também continuar com a independência que conseguiu conquistando o próprio dinheiro, mas esse plano também foi interrompido.
“Ela dizia: ‘ainda vou dar orgulho para você e para os meus avôs. Eu vou ser alguém mãe’. Não acredito que um ser humano pode ter tirado isso da minha filha”, diz Débora.
O RELACIONAMENTO
Manu namorava com o suspeito há mais de um ano, mas tinha terminado o relacionamento no dia 1 de dezembro. O casal tinha uma relação conturbada, marcada por muitas brigas e crises de ciúme.
Débora Cristina Araújo
Mãe de Emanuelly (Manu)
"Eu mostrava para ela as notícias no jornal, de mulheres que tinham sido mortas por maridos e namorados, falava com ela para tomar cuidado porque ele podia fazer isso também. Mas ela sempre falava que ele não teria coragem. Eu falava: minha filha, isso é o que essas mulheres também acreditavam até morrer"
A família de Emanuelly entregou aos investigadores da Polícia Civil um arquivo com mensagens que teriam sido trocadas entre a jovem e o ex-namorado em um aplicativo de conversa.
No dia 28 de novembro, o suspeito teria escrito que ele poderia voltar para a cadeia, mas que ela não o desrespeitaria mais.
No dia do crime, Manu chegou a ser socorrida com vida para o Pronto Atendimento de São Pedro, mas morreu na unidade. O ex-namorado da jovem tinha entrado na casa minutos antes do crime, segundo a polícia. Ele teria ajudado a prestar socorro. Para os policiais, o suspeito disse que o tiro foi acidental. Logo depois ele fugiu.
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