O ano de 2020 seria de realizações para a balconista Shirley Simões, 31 anos. Trabalhadora, estudante de técnico de enfermagem e também de pedagogia, ela ainda cuidava da filha de 8 anos, em Guarapari, onde morava. Mas tudo isso acabou no final da tarde de quinta-feira (09). Shirley foi assassinada com seis tiros. O principal suspeito do crime é o ex-marido, de 33 anos.
Segundo informações do site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), a balconista chegou a entrar com um pedido de medida protetiva, que proibia o ex-marido de se aproximar, no dia 7 de janeiro, três dias antes de assassinada.
O relacionamento existia havia um ano e meio. “No começo era tudo bonito, mas com o passar do tempo, ele mudou. Começaram as crises de depressão, umas doideiras, ele tentava se matar. Shirley cuidava dele, ajuda como podia. Só que passou a ser ameaçada por ele, as brigas aumentaram e ela vivia saindo e voltando para casa”, contou uma amiga da família, uma comerciante de 53 anos. Ela não quis se identificar por medo do acusado.
Por vezes, Shirley foi vigiada no trajeto para o trabalho ou na porta de casa. Os parentes dela, temerosos, pediam para que a balconista evitasse realizar o mesmo trajeto todos os dias, na tentativa de esquivar-se de uma emboscada.
O cuidado foi em vão. Nos últimos dias do ano, o ex-marido a procurou novamente, implorando que voltassem ao relacionamento. Shirley estava decidida a seguir a vida sem o ex por perto e se recusou a voltar com ele para a casa do casal.
“Ele ameaçava matá-la. Ficava de longe escondido, a vigiando. Muitas vezes ouvia da mãe de Shirley ‘Ele não deixa a gente em paz’”, desabafou a amiga.
Nada segurou o suspeito. Ele foi até ao trabalho de Shirley, acompanhado de um amigo de carro, desceu e atirou seis vezes contra a mulher, no bairro Costa Dourada. A moça foi socorrida para um hospital por colegas de trabalho, ainda respirava. Porém, na unidade de saúde, teve uma parada cardíaca e não resistiu.
Para a família, que tanto temia isso, restou liberar o corpo de Shirley. Ela foi velada na Igreja Assembleia de Deus do bairro Itapebussu, em Guarapari, onde a vítima morava. “Era nossa guerreira, batalhadora, mulher de fibra que tinha sonhos a conquistar. Sem palavras para definir tudo isso. Causa revolta”, desabafou a amiga.
*Matéria originalmente publicada no dia 10/01/2020
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