Conhecida pelo aspecto esbranquiçado e opaco do olho, a catarata é caracterizada por uma lesão no cristalino - uma espécie de “lente“ que é responsável pela acomodação visual -, o que pode provocar a perda da visão.
Atualmente, a doença acomete 17% da população mundial e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a causa de 47% dos casos de cegueira no mundo. Apesar do aparecimento da doença ser mais comum em pessoas mais velhas, o oftalmologista Cesar Ronaldo Filho alerta para a incidência de casos em qualquer idade.
Segundo o médico, grande parte dos casos de cegueira poderia ser evitada se os pacientes contassem com acompanhamento profissional e devida orientação para o único tratamento: a facectomia, ou seja, procedimento cirúrgico que retira a lente opacta e implanta uma lente intra-ocular artificial.
Para explicar todos os detalhes da cirurgia, Cesar Ronaldo Filho responde as dúvidas mais comuns de pacientes. Confira:
A cirurgia da catarata consiste na remoção da lente natural do olho, chamada de cristalino, que após certa idade torna-se opaca ou “embaçada”. O procedimento consiste na sua substituição por uma lente artificial transparente, chamada de lente intraocular. O procedimento em si dura de 10 a 12 minutos e o paciente retorna para casa no mesmo dia, podendo voltar à rotina normal depois de um breve repouso.
A anestesia é local. Pode ser realizada somente com gotas anestésicas, ou através da injeção de anestésico na região ao redor do olho. Geralmente, o paciente também é levemente sedado para que tenha mais conforto durante a realização do procedimento.
Desde que realizada por cirurgiões especializados nessa área, a taxa de sucesso é muito alta. O tempo cirúrgico e a recuperação costumam ser rápidos também. Mas apesar disso, é um procedimento extremamente minucioso e delicado, que exige uma curva de aprendizado longa por parte do cirurgião. Hoje, um médico especializado na cirurgia de catarata leva entre 12 e 14 anos para que esteja plenamente habilitado para realizar o procedimento. Além disso, a tecnologia atual também contribui para a redução dos riscos. A saúde geral e ocular do paciente, assim como sua história familiar, também são fatores que influenciam diretamente no resultado cirúrgico. Além disso, é fundamental que o paciente siga as orientações pré e pós-operatórias do seu médico para diminuir os todos os riscos possíveis.
Antigamente, quando a técnica cirúrgica ainda não havia evoluído, existia um consenso médico de indicar o procedimento somente quando a catarata estivesse muito evoluída ou “madura” e em estágio extremamente avançado, pois a cirurgia era mais invasiva e sua recuperação mais prolongada, com maiores riscos para o paciente. Hoje, com o surgimento de novas técnicas, como a facoemulsificação, os especialistas aconselham que se evite que a doença chegue a um estado muito avançado, pois sua rigidez dificultará a fragmentação e aspiração, aumentando o risco de complicações cirúrgicas e o tempo de recuperação do pós-operatório. Portanto, a cirurgia está indicada a partir do momento que estiver dificultando as atividades do dia a dia da pessoa. A cirurgia também poderá ser indicada em outras circunstâncias, com a finalidade de evitar complicações decorrentes da presença do cristalino doente, opaco e/ou de volume aumentado, ou ainda para possibilitar a avaliação e tratamento de doenças da retina e do nervo óptico, por exemplo.
Nos últimos anos, o principal avanço na área de cirurgia de catarata foi a evolução nas lentes intraoculares. As lentes podem ser implantadas sob medida para cada necessidade do paciente, corrigindo não só a catarata, como também os erros de refração. Ou seja, o paciente tem a possibilidade de, após a cirurgia, não precisar mais de óculos, tanto para longe quanto para perto.
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