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Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 15:35

Findes critica aumento da taxa Selic e defende pacto por disciplina fiscal

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O aumento da taxa Selic em um ponto percentual, levando-a para 13,25% ao ano, definido pelo Banco Central, foi considerado injustificado pelo empresariado industrial capixaba. Em nota, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) consideraram que é mais um movimento da política monetária que ocorre em consequência da longa cultura de juros reais elevados que persiste no Brasil.

“Com a decisão, o Banco Central mostra que persiste em uma única ferramenta de política monetária — a elevação dos juros —, no enfrentamento de expectativas de inflação. Não considera, no entanto, os efeitos impactantes dos juros e a taxa de câmbio na própria inflação. O comprometimento com o equilíbrio fiscal e com a racionalidade dos gastos públicos precisam ser exercidos e cobrados por todos”, afirmam.

De acordo com o presidente da CNI, Ricardo Alban, a alta da Selic é injustificada. “Com a decisão, o Banco Central mostra que continua ponderando equivocadamente os fatos econômicos mais relevantes do cenário atual, principalmente, no que diz respeito ao quadro fiscal e à desaceleração da atividade do país”, diz Alban.

Por isso, os setores econômicos defendem um pacto nacional, que envolva todos os Poderes, empresários e trabalhadores, pela criação de um consenso em torno de metas fiscais e de políticas econômicas estruturantes, garantindo estímulos seletivos que assegurem a continuidade dos investimentos, enquanto se busca o equilíbrio das contas públicas e o combate à inflação.

"A busca pela disciplina fiscal deve vir acompanhada de medidas de incentivo à inovação, à infraestrutura, à educação e à tecnologia, garantindo uma elevação do PIB no médio e longo prazo, gradual e sustentada", diz a nota.

O Sistema Fecomércio-ES — Sesc e Senac — afirma que vê com preocupação a alta da Selic, lembrando que o custo do crédito se eleva, dificultando o acesso a financiamentos para os empreendedores. O setor do comércio e serviços, principal motor da economia do estado e do país, é especialmente afetado, pois a alta dos juros desestimula o consumo, reduz as vendas e impacta a geração de empregos. A entidade reforça que a solução para a estabilidade econômica deve passar por um equilíbrio entre medidas monetárias e uma política fiscal responsável.

"A elevação da Selic também compromete os investimentos no setor produtivo, uma vez que o crédito mais caro leva as empresas a adiarem expansões e novos projetos. Com isso, o crescimento econômico pode ser prejudicado. O consumidor também sente os reflexos dessa medida. O aumento dos juros encarece parcelamentos, financiamentos e outras formas de crédito utilizadas pela população, diminuindo o poder de compra", afirma o entidade, em nota.