Às vésperas de um novo ano, o momento é de planejamento estratégico e de pensar nos novos desafios. A pauta ESG é uma realidade entre o mercado publicitário capixaba, que esteve representado por diversas agências no lançamento do Anuário Espírito Santo 2022, de A Gazeta, no último dia 12 de dezembro, em Vitória.
A estratégia ESG como uma oportunidade de diálogo com o consumidor é tida como um dos principais objetivos para o próximo ano, segundo os especialistas.
Para Fernando Lisboa, diretor-executivo da Prósper Comunicação, o desafio dos profissionais de marketing e das instituições é conseguir se conectar com as necessidades do público, que está cada vez mais exigente
“É ele que vai cobrar um trabalho de qualidade, com cuidado ao meio-ambiente, a origem dos recursos, da matéria-prima, de atenção ao entorno da comunidade, ou seja, um trabalho de excelência na governança desta empresa que ele consome”, acredita.
Lisboa acredita que, para 2023, essa vai ser uma pauta que estará em voga, com a qual cada fornecedor, cada empresa e cada parceiro precisa estar conectado para desenvolver um trabalho que chegue para além da publicidade.
A diretora-executiva da Prisma Inteligência de Marketing, Raquel Rampon, revelou que o ESG já tem sido pauta de diversas reuniões junto aos clientes e, inclusive, a agência tem reposicionado algumas marcas com foco nesse olhar.
“Como empresa de inteligência de Marketing, temos como papel mostrar as tendências para os nossos clientes e a importância de uma atuação responsável para a saudabilidade das marcas. Muitas empresas já atuam nessa linha e não comunicam para a sociedade. Estamos dando luz a isso e ajudando-as a ampliar ainda mais as iniciativas. O evento do Anuário foi excelente, pois corroborou com o nosso trabalho”, comemora.
Adriana Chamas, diretora de Atendimento da A4 Publicidade, acredita que a cultura de empresas que se posicionam no mercado precisa ser mudada, visto que as gerações mais novas nasceram com uma preocupação ambiental e social muito maior.
“Nós viemos de um mundo em que existiam mais injustiças, em que a gente consumia as coisas achando que eternamente elas não teriam fim. E a gente teve que se reacostumar e reaprender que, sim, as matérias-primas são finitas, que o mundo está sofrendo e nós estamos pagando com todas as mudanças climáticas, com todo o impacto de opções de consumos que nós fizemos ao longo de toda uma vida”, acredita.
O presidente do Sinapro-ES, Alexandre Pedroni, atento às inovações de mercado, lembrou do recente case no Festival Colibri, onde inseriu a pauta ESG como tema da construção das campanhas. “Todos os estudantes que participaram tiveram que desenvolver projetos voltados para a pauta do ESG. Isso demonstra a profundidade do assunto e para quem será o futuro próximo do nosso mercado”, afirma.
Por falar em mercado publicitário, Pedroni pretende acompanhar a evolução da aplicação das diversas formas de tratar cada uma das três vertentes do ESG dentro das empresas. “Nosso papel é acompanhar fazendo a difusão dessas boas práticas, incentivando os nossos associados à implementação e adesão -, não só dentro das agências. E nós, como vetores de projetos e participação ativa nas empresas, incentivarmos os nossos clientes a aderirem a essa importante pauta”, conclui.
O presidente da Artcom, Adilson Lourenço, ao comentar a agenda ESG no dia a dia da agência, reforça que é uma grande responsabilidade e também uma grande necessidade fazer com que os colaboradores se envolvam cada vez mais com a pauta.
“Desde 2012, a Artcom vem estudando formas de estabelecer práticas desta jornada e contribuir com os objetivos de desenvolvimento sustentável de todo seu sistema. Um evento como o lançamento do Anuário Espírito Santo, de A Gazeta, nos desperta para a urgência de que todo o nosso potencial precisa ser aproveitado para, de fato, impactar positivamente a sociedade através dos critérios ESG. Podemos e devemos fazer infinitamente mais”, acredita.
Muitos avanços ainda precisam ser feitos para que as marcas e empresas consigam lidar de forma cada vez mais apropriada com os pilares da sustentabilidade empresarial. O mercado mostra que os investidores estão à procura de investimentos que levam os critérios do crescimento sustentável em consideração – e o ESG é o parâmetro para isso.
Mas, sem dúvida, é necessário e fundamental entender e se apropriar do tema, vivê-lo com verdade, para poder reproduzir esses resultados e iniciativas ao consumidor em forma de marketing transparente e não com campanhas de ESG-washing.
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