Após ter atravessado uma forte crise política, institucional e econômica entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000, o Espírito Santo se tornou um Estado reconhecido pela resiliência em momentos desafiadores, pela modernidade nos processos produtivos, pelo diálogo entre setores e pelo exemplo de organização fiscal e gestão pública.
Fazendo um recorte dos últimos 20 anos – período extensamente documentado pelo Anuário de A Gazeta, que em 2024 chega justamente a sua 20ª edição –, as opiniões dos especialistas em economia convergem: não só o saldo da história capixaba é extremamente positivo, como o Estado também se mostra bem equipado para trilhar uma nova trajetória ascendente nas próximas duas décadas.
“Tínhamos um Estado muito desorganizado, problemas graves de estrutura governamental. A partir dos anos 2000 foi feito um trabalho de modernização da estrutura pública, renegociação de dívidas, criando credibilidade novamente”, analisa o economista, mestre e doutor em Administração e Ciências Contábeis Felipe Storch, também colunista de A Gazeta e comentarista da rádio CBN Vitória. “A nossa economia se complexificou, uma mudança radical. É um case de sucesso em termos de ente federativo. Poucos Estados conseguiram fazer o que nós fizemos”, acrescenta.
“Tivemos uma classe empresarial muito forte, de característica familiar, com empresas em setores estratégicos. Tivemos muita inovação tecnológica na agricultura, uma urbanização muito forte, qualificação da força de trabalho. Fatores que levaram o Espírito Santo a uma progressão contínua”, avalia Antonio Marcus Machado, economista-chefe do Banestes.
O especialista acrescenta a resistência mostrada pelo Estado em momentos como o fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap). “Foi um baque. Outros fatores que atrapalharam foram eventos climáticos, conflitos globais que alteraram as cadeias de distribuição do mundo, além da perda de receita com a mudança da regra de distribuição dos royalties do petróleo”.
E se os desafios não param de surgir, hoje, o Espírito Santo se mostra mais planejado para enfrentá-los. Para os próximos anos, Felipe Storch destaca a regulamentação da reforma tributária: “Tem uma expectativa de queda de arrecadação. A divisão vai levar em conta o número de habitantes e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Vai receber mais quem tem mais gente e menos qualidade de vida. Somos um Estado com pouca gente e alta qualidade de vida, daí o potencial de redução de receita. Por outro lado, atraímos investimentos, temos capacidade de superação”. Ele complementa que outro desafio a ser encarado é a grande concentração da economia na Região Metropolitana. “É preciso descentralizar”, defende.
Com experiência e planejamento, é possível também apontar caminhos para seguir na trajetória ascendente. “No intervalo de 20 anos, nosso saldo é extremamente positivo. Crescemos mais que a média do país, e a previsão é de crescer mais”, ressalta Antonio Marcus.
“Precisamos capacitar a mão de obra, pensar nas novas economias, na implementação de tecnologias. É um caminho muito importante para ter mais 20 anos de sucesso”, completa Storch.
Toda essa transformação vivenciada pelo Espírito Santo nas últimas décadas foi analisada nas páginas do Anuário de A Gazeta, que chega à 20ª edição em 2024. Mais que um retrato do presente, a publicação serve como referência para os anos que virão. É o que destaca o presidente da Rede Gazeta, Café Lindenberg.
“Um grupo de comunicação, como nós, também tem o papel de deixar esse registro. É um período riquíssimo da economia capixaba. Tem material e referências para quem está chegando hoje e para quem quer estudar esse fenômeno”, acrescenta Café.
O diretor de Jornalismo da Rede Gazeta, Abdo Chequer, faz coro. “Entre 2005 e 2024, o mundo é outro. O Anuário reflete isso como um espelho para quem olhar com atenção. Temos um Estado competitivo em diversas áreas, notável, e sabemos também os pontos que precisam avançar, como na área da educação”.
O diretor de Mercado da Rede Gazeta, Bruno Passoni, também cita a relevância do Anuário para nortear perspectivas futuras. “É essencial para mapear as potencialidades e desafios de todas as cidades capixabas. É um guia que realmente aborda diversas áreas, tem o objetivo de orientar e desenvolver o Estado de forma sustentável. Além disso, é um produto com uma excelente convergência entre os aspectos comerciais e editoriais”, pontua.
“Hoje, o Espírito Santo tem contas sanadas, está se tornando uma peça principal do Brasil. Temos feito o dever de casa de levar essa imagem para o restante do país, explicar o nosso Estado, e isso é um orgulho para nós”, conclui Passoni.
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