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Uma das principais potências turísticas do Espírito Santo, a Microrregião Sudoeste Serrana tem tudo para se tornar uma referência ainda maior no Estado. Até 2028, serão investidos R$ 859 milhões nos sete municípios, segundo levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
Os 61 projetos para essa área de abrangência são diversificados e compreendem obras de saneamento, de contenção de encostas, de pavimentação, de habitação, além da expansão de atividades industriais e dos serviços de geração de energia. Transporte e meio ambiente concentram as maiores fatias do investimento: R$ 316 milhões e R$ 268 milhões, respectivamente.
O pacote de recursos para infraestrutura pode ser mais volumoso se o plano de duplicação da BR 262, entre Viana e Venda Nova do Imigrante, sair do papel. O empreendimento deve ser viabilizado com a compensação que Estado e União receberam pelas perdas causadas pela queda da barragem de Mariana, em Minas Gerais, com efeito, direto nos negócios, nas atividades profissionais e no ecossistema do Rio Doce. São previstos R$ 2,3 bilhões em verbas para o aperfeiçoamento dessa via.
Segundo o engenheiro e empreendedor Lucas Izoton, também ex-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), o avanço dos negócios na região depende, imprescindivelmente, dessa duplicação. A obra, aliás, é crucial para expandir o turismo, garantindo segurança de quem passa por lá.
A via, ao longo dos anos, registra muitos acidentes graves por ter terceira faixa apenas em alguns trechos. Também enfrenta problemas de deslizamento de encostas em períodos de fortes chuvas. “No trecho de Viana até Venda Nova do Imigrante, a duplicação da rodovia federal e a instalação de equipamentos, como viadutos e passarelas, vão reduzir o tempo de viagem e facilitar os acessos não apenas para o turismo, mas também para os donos de negócios e para as próprias famílias que vivem na região”, pontua Izoton.
Segundo o empresário, com a nova estrada, o tráfego de veículos vai aumentar de forma considerável. Consequentemente, deve ocorrer uma nova corrida imobiliária na região.
“Cito como exemplo de sucesso a duplicação da BR 232, em Gravatá, no Estado de Pernambuco. Antes da obra, eram 40 condomínios na cidade. Após a nova infraestrutura, o município alcançou 600 condomínios, o que mostra a forte expansão imobiliária”, detalha, acrescentando que Gravatá fica a 90 quilômetros de Recife, assim como Pedra Azul fica de Vitória.
Segundo ele, o crescimento imobiliário na Sudoeste Serrana visto hoje ocorre graças aos investidores que moram na Região Metropolitana capixaba, mas que desejam ter um segundo imóvel, nas montanhas, para aproveitar o clima mais fresco. “Nos últimos três anos, vimos um aumento de quase 200% nas vendas de imóveis em terrenos próximos a Pedra Azul”, frisa Izoton.
A produção de alimentos, pelas agroindústrias, principalmente familiares, também deve se beneficiar com as melhorias de mobilidade, aumentando as vendas a partir do incremento do turismo e do agroturismo.
“Atualmente, milhares de pessoas, saem de Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e outros Estados e cruzam quilômetros de estrada para visitar a Região Serrana. Com investimentos, o potencial vai aumentar ainda mais”, afirma Izoton, salientando que as montanhas capixabas têm um dos maiores polos gastronômicos do Espírito Santo. “Entre restaurantes, cervejarias, vinícolas, cachaçarias, delicatessens e outros comércios, são mais de 100 estabelecimentos. Tudo isso pode estender-se, graças às oportunidades e potencialidades que a região já tem, como o clima e a localização privilegiada”, complementa Izoton.
Os projetos para a região são privados, estaduais e também municipais. Contemplam todas as cidades – Afonso Cláudio, Brejetuba, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Laranja da Terra, Marechal Floriano e Venda Nova do Imigrante.
Os investimentos anunciados para a região têm como principal destino Domingos Martins. Somente a cidade deve receber quase R$ 500 milhões para áreas como tratamento de água e esgoto, construção da Barragem dos Imigrantes, no Rio Jucu, atividades do comércio, habitação e educação.
O segundo município com o maior volume de recursos para obras é Venda Nova, com um montante de R$ 185 milhões aplicados, especialmente em rodovias, avenidas e ruas. Em Afonso Cláudio, mais de R$ 20 milhões têm sido aplicados para construção de unidades básicas de saúde (UBS), ponte, revitalização de campos de futebol e reforma em uma escola de ensino fundamental e médio. A cidade é a terceira com mais investimentos na microrregião, somando R$ 77 milhões em projetos.
Em Laranja da Terra, foi recentemente inaugurada a Casa do Agricultor, um espaço superior a 500 metros quadrados que reúne equipes da agricultura, desenvolvimento econômico, meio ambiente, recursos hídricos, defesa agropecuária e florestal. Além disso, no primeiro semestre, a cidade inaugurou centros educacionais que promoveram mais vagas para crianças do ensino infantil e fundamental. No município, também há investimentos para manutenção de campos de futebol, melhoria da sinalização viária e para a construção de acessos em comunidades rurais.
A startup francesa NetZero inaugurou em 2024, em Brejetuba, uma fábrica de biochar e já tem planos de expandir a produção. Também conhecido como biocarvão, o biochar é feito a partir de resíduos do café. Sua função é reter água e nutrientes do solo, aumentando a produtividade das plantações e reduzindo a necessidade de fertilizantes.
Na esfera pública, a região conta com recursos estaduais do Fundo Cidades, que projeta aplicar R$ 324 milhões em todo o Espírito Santo para obras de adaptação às mudanças climáticas.
Segundo a Secretaria de Estado de Governo (SEG), os investimentos são voltados para obras de contenção de encosta, barragem de terra, drenagem e contenção de talude. “Tudo para garantir a proteção à vida e aos bens patrimoniais da população”, explica a pasta, por meio de nota.
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