A presença de hubs e startups é um termômetro do quanto um Estado pode ser inovador. No Espírito Santo, esse ecossistema tem se fortalecido com a multiplicação de iniciativas governamentais e do setor produtivo para impulsionar o mercado de criatividade tecnológica.
Uma das primeiras ações para que o Espírito Santo caminhe para se tornar referência na área foi o surgimento da Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI), em 2018. A iniciativa é uma parceria entre governo, setor privado e Academia para fazer efervescer o ecossistema capixaba.
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O que importa, segundo o economista Marcelo Barbosa Saintive, presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), é justamente fazer essa gama de parcerias.
Ele explica que esse arranjo entre os atores dá uma boa sinalização sobre os rumos que se quer seguir quando se fala de inovação.
Outra proposta para tornar o mercado capixaba ainda mais inovador chegou um ano depois do MCI. É o Fundo Soberano ES, criado em junho de 2019, com dinheiro dos royalties e participações especiais do petróleo.
Os recursos pretendem promover o desenvolvimento econômico e proteger a economia por meio de investimentos estratégicos nos 46.095 quilômetros quadrados do território estadual.
São atitudes que fazem com que a inovação ultrapasse limites municipais e faça borbulhar essas iniciativas. “O Estado passou um bom tempo sem essa perspectiva de inovação. A partir de 2017, percebeu a necessidade de criar e alavancar esse ecossistema de uma maneira mais organizada. Entramos tardiamente na discussão, mas dá para perceber um crescimento econômico na frente”, destaca Saintive.
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Entre dezembro de 2022 e abril de 2023, foram registrados 108 habitats de inovação nos 78 municípios do Espírito Santo, conforme levantamento feito pela EDP. Desses, 89 concentram-se na Grande Vitória e 19 estão espalhados pelo interior.
Segundo dados da StartUp Scanner, o Espírito Santo tem uma base de 152 startups. Espalhados por 16 municípios capixabas – a maioria na Grande Vitória – esses negócios estão divididos em 26 categorias, com espaços focados em soluções para educação, meio ambiente, moda, mobilidade urbana e saúde.
Startups são empresas emergentes que buscam resolver problemas ou atender a necessidades do mercado com produtos, ou serviços inovadores. Elas costumam ter um modelo de negócios escalável, ou seja, que pode ser replicado para atingir um grande número de clientes.
São importantes para a inovação porque elas são responsáveis por desenvolver novas tecnologias e soluções que podem impactar positivamente a sociedade. Elas também contribuem para o crescimento econômico, gerando empregos e renda.
O capital humano capixaba, com uma população altamente qualificada e um grande número de profissionais formados em tecnologia, é um dos grandes potenciais que levam o Espírito Santo a ficar na vanguarda do desenvolvimento de um universo de possibilidades para oferecer a companhias maiores dos mercados local, nacional e internacional.
As tecnologias em desenvolvimento – pensadas para as áreas de turismo, logística, sustentabilidade e setor agrícola – fazem parte do mapa de oportunidades que tem se desenhado na economia local.
Diante de tantas possibilidades para seguir, especialistas aconselham olhar para os pontos fortes do Estado. Para Saintive, uma das visões importantes é o foco na questão ambiental. “O Estado tem potencial para energia eólica e inovações nessa área que são muito importantes”, acrescenta.
Para o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (Fapes), Denio Rebello Arantes, é preciso investir em estratégias. “O que falta é a permanência. Inovação tem de ser constante”, destaca. Por isso, programas de incentivo à inovação se mostram tão importantes. Bolsas, auxílios e apoio a projetos são algumas das formas da Fapes garantir o futuro e o desenvolvimento econômico do Estado. Fomentar o nascimento de novas ideias também é parte essencial da missão de tornar o Espírito Santo referência na inovação.
Na visão do diretor-presidente, é como se uma planta brotasse e precisasse de ajuda para receber iluminação, nutrientes e água. Uma ideia que nasce precisa do esforço conjunto para poder se estabelecer.
“O ecossistema dos negócios parece um pouco com o biológico. As plantinhas ‘recém-nascidas’ são mais frágeis do que uma grande árvore. Então, essas plantas precisam de sombra, de um pouquinho de água, de uma cerca para nenhum predador alcançá-las”, compara Arantes.
Por isso, o presidente da Fapes conclui que, além de atitudes como as da fundação e do Bandes, iniciativas em conjunto com governo e sociedade civil pavimentam a estrada para que o Espírito Santo seja um exemplo de investimento na área de inovação. “Nós somos fortes e organizados, então precisamos da sociedade interessada para promover uma transformação de verdade”, finaliza.
78 municípios do Espírito Santo. Destes, 89 concentram-se na Grande Vitória e 19 estão espalhados pelo interior. Esses espaços buscam atender a startups, empresas, colaboradores e funcionários. De acordo com o StartUp Scanner, o Espírito Santo tem uma base de 152 startups. Ao todo, 26 categorias foram contempladas. É possível encontrar:
5 com soluções para otimizar a área de marketing (MarTechs)
2 com soluções para o mercado de seguros
1 com tecnologias para o bem-estar animal
3 com coleções em biotecnologia
14 com soluções voltadas para o setor educacional
5 soluções com foco em mobilidade urbana
1 que atende ao mercado de condomínios
5 com soluções para aumento de produtividade
3 com tecnologias focadas em sustentabilidade
4 com soluções para o setor jurídico
14 para saúde e bem-estar
13 para processos no ramo de alimentos
2 para o setor automotivo
6 para mercado imobiliário e residencial
6 com soluções em logística e suprimentos
2 para entretenimento e eventos
14 para área financeira
13 para recursos humanos
5 para o mercado varejista
4 focadas em energia
1 para turismo e viagens
7 para mercado industrial
4 com soluções tecnológicas para o governo
7 para mercado de beleza
11 para mercado agrícola
3 para soluções no mundo esportivo
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