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Região Serrana do ES: onde a natureza, a cultura e o agro se encontram

Região Serrana do ES: onde a natureza, a cultura e o agro se encontram

Região Central Serrana reúne forte herança da imigração europeia, belezas naturais e cultivo de uvas e cafés especiais. Cenário é favorável para o desenvolvimento do turismo

Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 15:56

 Imigrações italiana e pomerana marcam a cultura de cidades da Microrregião Central Serrana
Imigração italiana é uma das marcas da cultura em cidades da Microrregião Central Serrana Crédito: Roni Peçanha/ Prefeitura de Santa Teresa/ Divulgação

Composta pelos municípios de Santa Teresa, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá (as chamadas “Três Santas”), além de Itarana e Itaguaçu, a Microrregião Central Serrana do Espírito Santo é dotada de riquezas naturais e culturais, que oportunizam seu desenvolvimento socioeconômico.

Caracterizada pelo clima de montanha, é coberta por um percentual significativo da Mata Atlântica ainda preservada no Estado, e destaca-se por ter uma das mais exuberantes biodiversidades do mundo. Aliada ao patrimônio natural, a identidade local reflete a forte influência dos imigrantes italianos, alemães e pomeranos que ocuparam a região, culminando em uma riqueza histórico-cultural rara.

Esses fatores fazem da Central Serrana um polo importante para o desenvolvimento do turismo capixaba, tanto no que diz respeito ao turismo histórico-cultural, com as tradicionais festas dos imigrantes, quanto no que se refere ao ecoturismo, na contemplação das belezas naturais das matas e cachoeiras, e ao agroturismo, com os seus inúmeros circuitos que apresentam diversidade de serviços e produtos locais.

De acordo com o projeto Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS-ES) do governo do Espírito Santo, os grandes ativos da microrregião são justamente a sua cultura marcante e o seu patrimônio ambiental e cultural preservado, além do seu clima de montanha e da sua vocação rural — já que a agropecuária é a base da economia, sendo o café um dos principais produtos cultivados.

O desafio é utilizar todas essas características de forma sustentável para garantir avanço econômico, o que é apresentado na visão de futuro construída para a microrregião a partir do Plano de Desenvolvimento Espírito Santo 2030 (ES 2030).

Uma das propostas diz respeito ao fortalecimento do turismo, especialmente o rural e o ecológico. Nesse sentido, a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) tem implementado ações de impacto, como o programa “Caminhos do Turismo”, que visa a melhorar o acesso a alguns pontos relevantes, proporcionando infraestrutura adequada e incentivando a visitação.

“Em Itaguaçu, foi finalizada em 2023 a pavimentação da Estrada Cafundó, com investimento de R$ 888.771,82, em um trecho de seis quilômetros . O projeto de acesso à Pedra dos Cinco Pontões está programado para começar em 2025 e incluirá a aplicação de Revsol [revestimento primário nas vias urbanas] em um trecho de dez quilômetros. Em Itarana, a obra de acesso à Capela Santa Luzia deve ter início em maio de 2025”, informou a pasta, por nota.

A Setur anuncia, ainda, que o município de Santa Teresa receberá um Portal Turístico na entrada por Colatina. “O projeto foi concluído em 2024 e as obras começarão em 2025, reforçando o atrativo visual e cultural da cidade.”

Foram realizadas pesquisas sobre o perfil do turista, com levantamentos durante o verão e o inverno, focando Santa Teresa e Santa Maria de Jetibá, além de pesquisas específicas sobre o Carnaval para Santa Teresa e Santa Leopoldina.

Os municípios da microrregião também oferecem capacitações voltadas para o turismo: Santa Teresa recebeu cursos de Atrativos e Negócios Inteligentes e Bartender; Itaguaçu sediou o curso de Cozinha Alemã; Itarana também foi palco do curso de Bartender e Santa Maria de Jetibá foi beneficiada com uma capacitação em Ferramentas de Marketing Digital para o Turismo.

“Estamos comprometidos com o desenvolvimento sustentável da Microrregião Central Serrana, investindo em infraestrutura, capacitação e pesquisa para fortalecer o turismo rural e o ecoturismo. Projetos como o Caminhos do Turismo e a criação de portais de entrada valorizam nossos atrativos e melhoram o acesso”, declara o secretário de Estado do Turismo, Philipe Lemos.

Agricultura sustentável

Entre as necessidades temáticas de Desenvolvimento Regional Sustentável da Microrregião Central Serrana, está a implementação da agricultura sustentável, focada nas cadeias de cafés especiais e de uvas.

Santa Teresa é um dos maiores produtores de uva e de vinho capixaba. Além de ser pioneiro no cultivo da fruta, o município contribui com a transferência de conhecimento e tecnologias.

Uva é plantada, colhida e vira vinho na Região Serrana capixaba
Uva é plantada, colhida e vira vinho na Região Serrana capixaba Crédito: Pixabay

A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) ressalta que atua na região para fortalecer a infraestrutura de produção agropecuária, de logística e de transporte, além de realizar capacitações que estimulam o empreendedorismo rural.

As ações incluem o repasse de equipamentos para atendimento aos produtores rurais, a realização de obras de pavimentação de estradas e as instalações de estruturas para fortalecer a agroindústria e o agroturismo.

Por meio da Seag e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o governo lançou, no ano passado, o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo. O objetivo é tornar o Estado uma das principais origens de café no mundo e referência em produtividade e bem-estar dos trabalhadores.

Participam do programa 80 propriedades, que recebem assistência técnica continuada do Incaper para adequação produtiva e socioambiental. Outras ações incluem a realização de encontros temáticos, difusão de tecnologias em eventos e promoção de concursos, de cursos de capacitação e de excursões.

O governo do Estado também executa o Programa de Incentivo à Pesquisa, à Extensão, ao Desenvolvimento e à Inovação Agropecuária (Inovagro), para subsidiar o desenvolvimento, a socialização, a implementação, a avaliação e o monitoramento das políticas públicas estratégicas no âmbito da agricultura. Na microrregião, estão em andamento três projetos contratados pelo Inovagro, sendo dois em Santa Teresa e um em Santa Maria de Jetibá.

Imigrações italiana e pomerana marcam a cultura de cidades da Microrregião Central Serrana
Imigração pomerana também marca a cultura de cidades da Microrregião Central Serrana Crédito: Prefeitura de Santa Maria de Jetibá/ Divulgação

Por meio da Secretaria de Agricultura, o governo ainda contempla atividades com o Fundo Social de Apoio à Agricultura Familiar (Funsaf), financiando a estrutura produtiva das associações e cooperativas de agricultores familiares do Estado e investindo em produtoras rurais por meio do projeto “Elas no Campo e na Pesca”, que promove a visibilidade, a valorização do trabalho feminino e a autonomia econômica e financeira das mulheres agricultoras, por meio da assistência técnica, do acesso ao crédito e de políticas públicas.

Infraestrutura

A melhoria da infraestrutura de transporte e mobilidade também é imprescindível, aponta o DRS-ES. Nesse sentido, o governo do Estado tem repassado equipamentos para ajudar as prefeituras da microrregião na manutenção das estradas rurais e auxiliá-las nas ações agrícolas. A Seag trabalha ainda para adequar e revestir as estradas rurais locais pelo programa de pavimentação “Caminhos do Campo.”

“Desde 2023, a Seag está investindo mais de R$ 34,6 milhões em seis trechos na Microrregião Central Serrana do Estado. Com esse investimento em infraestrutura rural, estamos garantindo mais qualidade de vida para milhares de famílias que vivem no campo. As estradas rurais bem conservadas facilitam o acesso à saúde, à educação e a outros serviços essenciais, além de impulsionarem a economia local”, informou a Seag. 

Outros investimentos do Estado na infraestrutura da microrregião incluem o calçamento rural, por meio de convênios com as prefeituras, a ampliação da estrutura de energia elétrica no campo e o Programa Pontes Rurais. Nessa última iniciativa mencionada, são substituídas antigas pontes de madeira pelas de concreto, garantindo maior durabilidade e segurança aos moradores das zonas rurais.

Para que a Central Serrana atinja as metas de Desenvolvimento Regional Sustentável, o governo capixaba também trabalha com foco na preservação do patrimônio ambiental em três eixos: gestão e uso eficiente dos recursos hídricos (com disponibilidade de água em quantidade e qualidade de maneira equitativa); restauração e preservação da cobertura vegetal nativa (observadas as condições e indicações de uso e ocupação do solo); e ampliação e recuperação de áreas naturais protegidas.

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