O mundo do trabalho passa por constantes transformações, e a pandemia do novo coronavírus provocou uma aceleração de novos conceitos e avanços tecnológicos que mudaram a forma de trabalhar e de se comunicar. Se há alguns anos o que mais importava era a formação técnica, hoje as empresas estão focadas em contratar quem consegue aliar o conhecimento com habilidades comportamentais.
De acordo com a última edição do relatório The Future of Jobs, do Fórum Econômico Mundial, os profissionais do futuro deverão ter 10 competências essenciais para quem quer se destacar no mundo corporativo.
O documento, divulgado no último mês de outubro, aponta como fundamentais: capacidade de aprendizagem; pensamento analítico e inovação; criatividade, originalidade e iniciativa; liderança e influência social; inteligência emocional; pensamento crítico e análise; resolução de problemas complexos; resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade; design e programação de tecnologia; e orientação de serviço. Como se vê, entraram na lista as habilidades de autogestão (resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade), sobretudo por causa da pandemia e dos desafios impostos.
A vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo (ABRH-ES), Neidy Christo, observa que as competências relacionadas pelo Fórum serão essenciais para qualquer profissional, desde o operacional até as áreas mais estratégicas. Segundo ela, algumas empresas não abrem mão de contratar pessoas que tenham essas habilidades muito bem desenvolvidas, principalmente porque são mais difíceis de serem treinadas.
A resolução de problemas complexos e pensamento crítico serão fundamentais daqui para a frente. Já a criatividade deverá ser utilizada no sentido de assimilar as mudanças e pensar em maneiras diferentes de se fazer as coisas. A pandemia veio nos mostrar como a tecnologia pode ser usada para realizar reuniões, treinamentos e até dinâmicas de grupo pela internet. Ser criativo para apresentar soluções também será fundamental, enumera.
A inteligência emocional é outra habilidade cada vez mais cobrada dentro das organizações. Neidy ressalta que essa característica serve para que os profissionais possam entender a importância de se ter controle das emoções e perceber as dos colegas.
Ainda de acordo com a especialista, todos os profissionais, desde os técnicos até aqueles que ocupam posições estratégicas, vão precisar ter uma boa comunicação. Isso vai servir para aprimorar as negociações e melhorar a forma de conversar.
Essa será uma habilidade cada vez mais requerida e obrigatória. Não estamos falando aqui de oratória, mas sim de uma comunicação para saber falar do que se precisa e da capacidade de ouvir as necessidades dos colegas, pontua.
A vice-presidente da ABRH-ES orienta que os profissionais façam uma autoavaliação para identificar se detêm tais habilidades. O autoconhecimento é fundamental. O segundo passo é aprender a ouvir feedbacks, que pode vir de algum colega, por exemplo. Ouvir as pessoas que convivem com você é um bom caminho para isso, ressalta.
Para a diretora técnica da Rhopen Consultoria, Jaciara Pinheiro, cada vez mais as empresas procuram um combo de comportamentos e habilidades positivas no colaborador, além de só a experiência técnica. Geralmente, essa busca está relacionada aos nichos de atividades que o profissional vai desenvolver dentro da empresa, explica.
Fonte: Fórum Econômico Mundial
Os perfis mais operacionais exigem menos esses tipos de competências. Isso porque o nível de exigência para esses cargos é menor.
Para ocupar as áreas de analistas e especialistas, o profissional deve ter grande parte dessas competências, a necessidade vai depender da atividade a ser exercida. A área de Tecnologia da Informação, por exemplo, necessita de profissionais com pensamento analítico, inovação e expertise em design.
Quando falamos de todas as áreas de liderança, a influência social, a inteligência emocional e a resolução de problemas são muito exigidos.
Tecnologia da Informação
Comunicação e Marketing
Comercial e vendas
Fonte: Jaciara Pinheiro, diretora da Rhopen
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