O WhatsApp anunciou o compartilhamento obrigatório de dados com o Facebook para quem quiser continuar usando a rede, e o limite para aceitar ou não os termos está chegando. Na verdade, a novidade é a obrigatoriedade, uma vez que os dados já são compartilhados desde 2016. O que muda é que não poderemos mais optar por não compartilhar.
Agora, ou você está dentro, compartilhando dados, ou está fora! Ficar significa aceitar os novos termos e políticas de privacidade, que entram em vigor a partir do dia 15 de maio. A recomendação da plataforma para quem discorda é clara: apague a conta e o aplicativo.
Mas, afinal, para que serve o compartilhamento dos dados? O objetivo é usar as informações para aprimorar alguns serviços como infraestrutura e entrega, promover mais segurança em transações comerciais de compra e venda e melhorar a experiência do usuário.
Trocando em miúdos, é uma troca clara: você se beneficia do uso gratuito da rede e em troca compartilha dados para aprimoramento com objetivos de uso comercial. A mim, parece justo.
Isso te assusta? E como fica a nossa privacidade? Vale destacar que o WhatsApp garante (vamos ficar ligados aqui!) que as mensagens privadas continuarão sendo criptografadas. Portanto, a plataforma não tem acesso às conversas pessoais. O compartilhamento é no âmbito de viabilização de pagamentos e compras diretamente nesse canal, compartilhamento de números de contatos, status, entre outros dados.
E sejamos honestos: rede social não é ambiente para quem busca privacidade. Vamos combinar que o princípio das redes sociais é justamente socializar, tornar pública nossa vida, e é exatamente o que fazemos, certo?!
Estar em exposição o tempo todo é a base da convivência nas redes. Ou seja, se você busca uma vida privada, as redes sociais definidamente não são o melhor ambiente.
Mas será que as pessoas vão deixar de usar o Whatsapp?! Quando paramos para observar nossas práticas cotidianas de exposição digital, registros públicos da nossa vida privada nas redes, migração exponencial para o mobile, tudo isso acentuado pela pandemia, me parece um caminho sem volta. Quem está de fato disposto a abrir mão da velocidade, praticidade, comodidade e pertencimento que o aplicativo nos proporciona?
Obviamente a privacidade e a segurança de dados não podem ser menosprezadas, trazendo à tona a necessidade de novas regras como a recém-chegada Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Fato é que a reposta sobre aceitar ou não as novas regras de privacidade do Whatsapp levanta questões muito mais sobre nossos comportamentos e hábitos do que propriamente permissões de uso de dados em aplicativos. Por outro lado, convido todos a olhar por um outro ponto de vista: tudo à mostra, completamente público, também não nos proporciona mais congruência e transparência? Será que no futuro não haverá mais lugar para esconder os cadáveres?!
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