O líder indígena e escritor Ailton Krenak afirmou ao Estadão na terça (4), antes do fim do julgamento, que a ação no STF é uma "virada de página na história dos direitos indígenas".
Pela primeira vez uma iniciativa indígena, com um advogado indígena (Eloy Terena), tem uma ação admitida no Supremo. É uma virada de página do ponto de vista da história jurídica, com relação aos direitos indígenas e ao direito dos indígenas se representarem, e não serem representados pela Funai ou qualquer outra agência do Estado.
Não tenha dúvida. Nós temos um elenco de autoridades de Estado propagando ódio e ameaças contra o povo indígena. O presidente, ministros e militares propagam isso. Não precisa ser juiz ou ministro para saber que estamos diante de um crime, que pode ser considerado como etnocídio.
Eloy Terena disse muito bem que, nesse caso, a vida e o território constituem uma unidade. Não tem como dividir uma coisa da outra. O que enfrentamos é uma associação de invasão territorial, contágio e ameaça constante à vida. Diante da omissão do Estado e das negativas da Funai, as comunidades convocaram a necessidade de fazer barreiras, mas não houve nenhuma cooperação dos governos estaduais nem federais. Com isso, as comunidades indígenas tomaram iniciativas próprias.
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