Após a primeira reunião entre as equipes de Lula e do governo Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (3), o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que a conversa foi "proveitosa" e que o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-geral da Presidência, reconheceu a derrota nas eleições presidenciais.
Alckmin também afirmou que a transição "já começou" e que o governo de transição deve se instalar na próxima segunda-feira (7), no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.
A equipe do governo eleito realizou na tarde desta quinta-feira (3) a primeira reunião com integrantes da gestão Bolsonaro, para dar início às atividades de transição.
Além de Alckmin, participaram do encontro representando o governo eleito a presidente do PT, Gleisi Hoffmann; o ex-senador Aloizio Mercadante, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI)
O grupo foi recebido pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), pelo general Luiz Eduardo Ramos e outros técnicos do governo.
"Tivemos encontro com ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o secretário-geral, ministro general Ramos e uma equipe de assessores. Entregamos o pedido do presidente Lula nos designando como coordenador da transição. A conversa foi bastante proveitosa, muito objetiva. A transição já começou", afirmou Alckmin.
"Eles estão designando o CCBB [Centro Cultural Banco do Brasil]. Amanhã Gleisi e Mercadante vão até lá fazer uma visita e nós deveremos começar a partir de segunda-feira da próxima semana", completou.
Durante entrevista a jornalistas, Alckmin foi perguntado se Luiz Eduardo Ramos, aliado próximo a Bolsonaro e amigo, havia reconhecido a derrota.
"Cumprimentou, deu parabéns, desejou ótimo trabalho e se colocou à disposição para a transição", disse.
O ex-senador e ex-ministro da Educação na gestão de Dilma Rousseff (PT), Aloizio Mercadante, depois afirmou que se sentia bem em estar de volta ao Planalto, "pela porta da frente".
"Eu acho que só tem uma forma de voltar ao Palácio do Planalto para exercer um cargo público, pela porta da frente, com voto popular, em uma eleição limpa, como foi a que nós vivemos."
O encontro acontece no quarto dia após o segundo turno das eleições presidenciais, no qual Lula venceu Jair Bolsonaro com 50,9% dos votos, contra 49,1% do atual mandatário.
Antes de irem ao Planalto, a equipe representando o governo eleito manteve encontro com ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) e depois foi ao Senado, onde se reuniu com parlamentares aliados e com o relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI).
Na ocasião, a equipe de transição do presidente eleito e o relator do Orçamento acertaram a apresentação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para autorizar despesas acima do teto de gastos – incluindo a continuidade do benefício mínimo de R$ 600 do Auxílio Brasil.
A chamada PEC da transição é necessária para evitar um apagão social no próximo ano, já que a proposta de Orçamento enviada em agosto assegura apenas um valor médio de R$ 405,21 no Auxílio Brasil, além de impor cortes severos em programas habitacionais e também no Farmácia Popular.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta