SÃO PAULO - Em encontro fechado com representantes das centrais sindicais CUT, UGT e Força Sindical nesta terça-feira (23), Geraldo Alckmin (PSB) defendeu austeridade, melhora do ambiente econômico para que os investimentos privados sejam prevalentes e poucas alterações no que foi implementado pela reforma trabalhista do governo Michel Temer (MDB).
Segundo apurou a reportagem, o discurso do ex-governador, mais ajustado à visão do empresariado do que à do sindicalismo, causou apreensão em alguns dos presentes, que em caráter reservado disseram ter dúvidas sobre o que esperar de um eventual governo Lula-Alckmin diante das visões conflitantes dos dois em alguns dos pontos.
O petista tem defendido retomada dos investimentos públicos como alavanca do crescimento econômico. "Eu não defendo um Estado empresário, eu defendo um Estado indutor", disse o petista, em discurso na Confederação Nacional do Transporte (CNT), em julho.
Alckmin também fez uma fala crítica ao aumento de salários de 18% a ministros e servidores do Judiciário, aprovado pelo STF há duas semanas, apontando seu impacto financeiro. Os reajustes podem custar R$ 15,7 bilhões até 2025.
Representantes das centrais apontaram que Fernando Haddad (PT) perdeu para Jair Bolsonaro (PL) em 2018 por uma diferença de 10 milhões de votos. Em São Paulo, 8 milhões de votos distanciaram o petista do atual presidente.
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