A Associação Nacional de Jornais ( ANJ ) reagiu nesta terça-feira à entrevista em que o presidente eleito, Jair Bolsonaro , atacou o jornal Folha de S.Paulo . Ao Jornal Nacional , da TV Globo, o capitão da reserva acusou a publicação de propagar notícias falsas e ameaçou cortar verbas de publicidade do governo federal para veículos de imprensa que divulgarem informações que ele julgar incorretas.
>Ato contra Bolsonaro termina em confronto em São Paulo
A ANJ rejeita com veemência os termos e o teor das declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro ao reiterar ataques ao jornal Folha de S.Paulo, disse a entidade, em nota.
A ANJ acrescentou ainda que eventuais inconformismos com noticiário de veículos de comunicação não podem ser confundidos com inaceitáveis retaliações a jornais por meio de uso de verbas publicitárias oficiais. Por fim, a entidade disse que espera que o princípio da liberdade de imprensa, saudavelmente afirmado pelo presidente eleito em seu discurso após a vitória nas urnas, se manifeste na prática, o que inclui o respeito a opiniões divergentes e à independência editorial.
Ex-presidente do PSL, o advogado Gustavo Bebianno, aliado de Bolsonaro, negou ontem que o presidente eleito tenha atacado o jornal:
Ele (Bolsonaro) não fez ataques, fez críticas. Será que a crítica é unilateral? Acho que nós vivemos num regime democrático, se ele se sentiu atacado em algum momento de forma fora de uma linha de normalidade... Isso faz parte da democracia, ninguém está atacando ninguém, simplesmente são críticas recíprocas .
Após as declarações de Bolsonaro, o editor-chefe e um dos apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner, defendeu a imprensa:
A Folha é um jornal sério, que cumpre um papel importantíssimo na democracia brasileira. É um papel que a imprensa profissional brasileira desempenha e a Folha faz parte desse grupo da imprensa profissional brasileira.
Bolsonaro não reagiu à declaração do apresentador.
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