SÃO PAULO - As eleições de 2022 representaram um marco para a comunidade LGBTQIAP+ com um recorde de candidaturas. Levantamento feito pela reportagem cruzando dados do coletivo VoteLGBT+ com as iniciativas Gay Blog e App Scruff apontou para um total de 345 candidaturas com esse recorte. Deste total, 19 conseguiram se eleger como deputados estaduais/distritais e deputados federais. Há ainda Eduardo Leite (PSDB), no Rio Grande do Sul, que disputará o segundo turno para governador.
O número de candidaturas no pleito deste ano representa um aumento de 119% em relação ao mapeamento feito nas eleições de 2018, quando o VoteLGBT+ identificou 157 candidaturas que faziam parte da comunidade LGBTQIAP+.
Apesar de apenas pouco mais de 5% do total de candidaturas LGBTQIAP+ terem conseguido se eleger, algumas delas conseguiram votações bastante expressivas em seus estados. Fábio Félix (PSOL) que se elegeu deputado distrital, por exemplo, se tornou o parlamentar mais votado na história de Brasília, com 51.792 votos.
Candidaturas eleitas de pessoas trans também marcaram um grande avanço para a comunidade. Erika Hilton (PSOL) e Duda Salabert (PDT) por São Paulo e Minas Gerais, respectivamente, serão as primeiras pessoas trans em toda a história a ocupar uma vaga no Congresso Nacional.
Erika Hilton, que no ano de 2020 já havia sido eleita vereadora em São Paulo, e a mulher mais votada na cidade naquele ano, novamente obteve votação expressiva conquistando um total de 256.903 votos. Ela foi a terceira mulher mais votada no pleito.
Duda Salabert, por sua vez, se tornou a vereadora mais votada da história de Belo Horizonte nas eleições de 2020. Desta vez, com 208.332 votos novamente fez história. Ela foi a mulher mais votada em Minas Gerais nas eleições e também a terceira pessoa mais votada no geral.
Além de Erika e Duda, outras três candidatas trans vão ocupar um lugar nas assembleias legislativas de seus estados a partir de 2023. Em São Paulo, a covereadora Carolina Iara (PSOL), integrante da Bancada Feminista, passará a ser codeputada estadual. Linda Brasil (PSOL) com quase 30 mil votos em Sergipe e Dani Balbi (PCdoB) com mais de 65 mil votos no Rio de Janeiro também farão parte dos legislativos estaduais a partir do próximo ano.
Outra votação de destaque para a comunidade LGBTQIAP+ foi a reeleição de Natália Bonavides (PT) como deputada federal. Ela, que em 2018 já havia se tornado a deputada mais jovem da bancada do PT, foi a deputada mais votada do Rio Grande do Norte neste ano com ampla vantagem para o segundo colocado. Bonavides foi eleita com 157.565 votos, mais de 50 mil à frente do segundo colocado.
As 19 candidaturas LGBTQIAP+ eleitas em 2022 estão espalhadas por nove diferentes estados, sendo São Paulo o que lidera. No maior colégio eleitoral do país, seis candidaturas com recorte de gênero e sexualidade conseguiram se eleger. Todas as cinco regiões do Brasil elegeram ao menos um candidato LGBTQIAP+ nestas eleições.
Em relação aos partidos são os de esquerda que se sobressaem, com destaque para o PSOL que elegeu oito candidaturas LGBTQIAP+. Na sequência aparecem o PT com cinco, e o PCdoB com três.
O cargo que mais elegeu esses candidatos foi o de deputado estadual, com um total de 12 e há ainda seis candidaturas que se elegeram como deputados federais e estarão no Congresso. Por fim, há um candidato distrital e a possibilidade de eleger um governador no 2º turno.
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