Ao menos seis pessoas que estiveram próximas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante viagem aos Estados Unidos, na semana passada, estão infectadas com o novo coronavírus.
O caso mais recente é o de um empresário que estava no grupo que acompanhou a visita do presidente aos EUA. Ele preferiu não se identificar.
Três outros casos são de integrantes da comitiva oficial de Bolsonaro na viagem à Flórida. Anunciaram que contraíram a doença o chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), Fabio Wajngarten, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e o diplomata Nestor Forster, indicado para o cargo de embaixador do Brasil em Washington.
A divulgação de que outros participantes da missão foram infectados ocorreu depois que o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) disse à reportagem que os resultados de todos os testes da comitiva - exceto Wajngarten - tinham dado negativo.
A lista com os integrantes da comitiva oficial foi divulgada pelo Palácio do Planalto. Nem todos os listados viajaram com Bolsonaro no avião presidencial e ela não inclui os nomes de auxiliares técnicos e da equipe de apoio.
Ao menos uma pessoa que acompanhou Bolsonaro na Flórida, mas que não consta na lista oficial divulgada pelo Planalto, afirmou também ter sido diagnosticada como portadora do coronavírus: a advogada Karina Kufa, tesoureira do Aliança pelo Brasil, disse que seu exame deu positivo.
Ela está em isolamento e, pelas redes sociais, tem atualizado seu estado de saúde. "Hoje acordei bem melhor, os sintomas praticamente sumiriam. Até agora não tive febre e falta de ar, que são os fatores de alerta", escreveu a advogada neste sábado (14).
Entre os anfitriões, o prefeito de Miami, Francis Suarez, anunciou, na sexta (13), ter recebido o diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Ele participou de evento com Bolsonaro e sua comitiva na segunda-feira (9), na Flórida.
Há uma série de membros da comitiva oficial que aguardam os resultados dos seus testes ou que ainda não os divulgaram. É o caso do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores), do chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Raul Botelho, do presidente da Embratur, Gilson Machado, do secretário Aquicultura e Pesca, Jorge Seif, do presidente da Apex, Sergio Segovia, do chefe do escritório da Apex em Miami, Mauro Cid, do secretário de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, e da Secretária Especial do PPI, Martha Seiller.
Procurado, o ministério da Economia disse que Martha está sem sintomas e que fez o teste na sexta-feira (13) na rede privada, mas ele ainda não ficou pronto. Troyjo também disse que está cumprindo os protocolos de isolamento de quem volta do exterior e que está aguardando o resultado do exame. Questionada neste sábado (14), a Apex disse que só poderia fornecer as informações sobre os seus funcionários na segunda (16).
Durante a viagem aos EUA, que ocorreu entre 7 e 10 de março, Bolsonaro teve um jantar com o presidente americano, Donald Trump.
O alerta sobre casos de contágio na comitiva oficial que foi à Flórida foi dado após as suspeitas sobre Wajngarten. Ele foi o primeiro a se submeter aos exames, que deram positivo para a Covid-19. A notícia fez com que a equipe médica do Planalto passasse a monitorar Bolsonaro e os demais auxiliares que o acompanharam aos EUA. Após realizar os testes, o presidente anunciou na sexta que não é portador do vírus.
A expectativa é que Bolsonaro faça dois novos exames -o primeiro após sete dias, e o segundo em 14-, seguindo parte do protocolo da Operação Regresso (que trouxe 34 brasileiros que estavam em Wuhan, na China). Esse é o período de incubação do vírus. A reportagem solicitou ao Palácio do Planalto cópia do resultado do exame, mas não obteve resposta.
Além de Bolsonaro, já revelaram que seus exames deram negativo para o coronavírus a primeira-dama Michelle Bolsonaro; os ministros Fernando Azevedo (Defesa), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (Segurança Institucional); o governador Ratinho Junior (Paraná); o senador Jorginho Mello (PL-SC), os deputados Eduardo Bolsonaro (sem partido-SP) e Daniel Freitas (PSL-SC) e o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins.
O diplomata João Mendes também fez parte da comitiva. O Itamaraty informou que, por estar nos EUA, ele está seguindo o protocolo sanitário daquele país. A orientação é fazer os exames caso a pessoa apresente sintomas, o que não é o caso de Mendes.
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