Após cortar o orçamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e cancelar a realização do Censo de 2021, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu nesta segunda-feira (1º) com um colete da entidade e disse que foi o primeiro brasileiro a responder ao levantamento deste ano. A pesquisa começa nesta segunda (1º) em todo o país.
Um ex-assessor do chefe do Executivo publicou nas redes sociais um vídeo em que o mandatário aparece ao lado do presidente do IBGE, Eduardo Luiz Neto, e agradece a todos os recenseadores.
Depois, o mandatário conversou com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada ao lado de Neto, que incentivou as pessoas a receberem os entrevistadores em suas casas.
O presidente, por sua vez, diz, em tom de brincadeira, para os simpatizantes "não se comprometerem" e terem "cuidado com perguntas capciosas".
Em março, o Ministério Público Federal havia entrado com uma ação para obrigar o IBGE a adicionar campos referentes à identidade de gênero e à orientação sexual nos questionários básico e amostral do estudo.
O instituto, porém, afirmou que a inclusão de perguntas sobre orientação sexual inviabilizaria a realização do Censo em 2022.
O levantamento de 2020 foi adiado para 2021 devido à pandemia da Covid-19. No início de 2021, porém, o governo anunciou que não iria realizar o Censo por falta de dinheiro. Pouco depois, o ministro Marco Aurélio, que já se aposentou no STF (Supremo Tribunal Federal), mandou o governo realizar o Censo.
A decisão do então magistrado, no entanto, foi derrubada pelo plenário do Supremo, que determinou que o governo só era obrigado a fazer o levantamento em 2022.
O IBGE enfrenta há algum tempo o problema da falta de orçamento. Em 2021, por exemplo, os recursos para a pesquisa, que inicialmente eram de R$ 2 bilhões, foram reduzidos para cerca de R$ 50 milhões.
O Censo deste ano deve ir até o início de novembro. Mais de 183 mil recenseadores estarão nas ruas de todos os municípios e terão a missão de entrevistar um morador de cada domicílio do Brasil. Ao todo, segundo o IBGE, eles visitarão 89 milhões de endereços, sendo residenciais cerca de 75 milhões.
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