Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar ter sido diagnosticado com a Covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, de 70 anos, vai se submeter ao exame para saber se contraiu ou não o novo coronavírus, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Ao menos outros cinco ministros que se encontraram com o presidente também fizeram exames. Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) fizeram teste rápido e o resultado deu negativo. O ministro Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, e o advogado-geral da União (AGU), Levi Mello, aguardam os resultados.
Guedes esteve com Bolsonaro ao menos sete vezes nos últimos 14 dias, período máximo de incubação do novo coronavírus até que o paciente comece a apresentar os sintomas. A mais recente foi na segunda-feira (06), numa reunião no Palácio do Planalto, quando o presidente já apresentava sinais da doença.
Outro compromisso foi a cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial, em 30 de junho, em que ambos estavam de máscara, mas trocaram um aperto de mãos. Na fase pré-sintomática, uma pessoa contaminada já pode transmitir o vírus mesmo sem apresentar sinais da doença. Diante da inexistência de uma vacina, autoridades sanitárias recomendam que as pessoas evitem o contato e mantenham distanciamento social.
Bolsonaro começou a apresentar sintomas de Covid-19 no domingo e confirmou nesta terça que contraiu a doença. Segundo especialistas, o período de incubação (intervalo entre a contaminação e o início dos sintomas) pode variar de 2 a 14 dias, com média de 5 dias.
De acordo com informações da agenda pública de Guedes, além da cerimônia do auxílio emergencial, o ministro teve quatro reuniões com Bolsonaro no Palácio do Planalto, em 23, 24 e 25 de junho e 6 de julho. Guedes também acompanhou o presidente, no Planalto, numa videoconferência da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul na última quinta-feira, 2 de julho. Na ocasião, o ministro sentou ao lado de Bolsonaro.
Na última sexta (03), Guedes esteve novamente com Bolsonaro para uma reunião com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O encontro mais recente entre o ministro e o presidente da República foi ontem, no Palácio do Planalto. Bolsonaro, com 65 anos, e Guedes, de 70 anos, fazem parte do chamado grupo de risco para o coronavírus. A população acima de 60 anos é considerada mais vulnerável à doença.
Desde o início da pandemia, Guedes tem evitado compromissos presenciais e dá preferência a reuniões por videoconferência, inclusive com seus secretários e assessores. As exceções são os compromissos com o presidente e, mais recentemente, reuniões com parlamentares, ocasiões em que Guedes costuma ser visto usando máscara.
Bolsonaro, porém, não é usuário tão assíduo da proteção, apesar de o uso ser obrigatório em locais públicos no Distrito Federal. No mês passado, a Justiça chegou a conceder uma liminar obrigando o presidente a usar a máscara, mas essa decisão foi derrubada posteriormente pela desembargadora Daniele Maranhão Costa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Segundo a agenda oficial, o presidente ainda teve reunião com os ministros Levi Mello (Advocacia-Geral da União) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), que já contraiu a doença. Todos os três ministros seguem despachando no Palácio do Planalto.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta