Conhecido pelo estilo personalista, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu extinguir o cargo de porta-voz da Presidência da República, ocupado desde o ano passado pelo general Otávio Rêgo Barros.
Em nota oficial, a Secretaria de Governo informou que a função será desativada em decreto publicado nas próximas semanas no "Diário Oficial da União".
O general da reserva não fazia pronunciamentos oficiais desde março, após, segundo assessores presidenciais, incômodo de Bolsonaro com o protagonismo que o militar ganhou à frente do posto.
Inicialmente, o presidente mudou o formato do briefing diário. O general deixou de responder perguntas de repórteres credenciados e passou a apenas ler um informe oficial.
Mesmo com a alteração da função, que rendeu ao porta-voz o apelido de "porta-notas", Bolsonaro decidiu interromper as leituras semanais.
De acordo com auxiliares palacianos, o presidente decidiu que ele próprio poderia desenvolver a função de porta-voz de seu governo, por meio de mensagens nas redes sociais e entrevistas diárias.
Mesmo com o fim do cargo, o presidente ainda avalia uma forma de realocar Rêgo Barros para outra função no governo relacionada à área de comunicação. Uma das alternativas é que ele seja deslocado para o Ministério da Defesa.
Com a recriação do Ministério das Comunicações, em junho, a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), que antes respondia à Secretaria de Governo, passou para o controle da nova pasta.
Além da extinção da função de porta-voz, o ministro Fábio Faria fará outras mudanças em estruturas hoje comandadas por militares.
O comando da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) será alterado, com a demissão de diretores. A diretoria executiva é composta hoje por três militares.
Além do presidente Luiz Carlos Pereira Gomes, general do Exército, fazem parte dela o coronel Roni Baksys Pinto, diretor-geral, e o coronel Márcio Kazuaki, diretor de administração.
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