Após repercussão negativa, a filha do ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, desistiu de ocupar um cargo de gerência na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A nomeação de Isabela Braga Netto para uma função de livre nomeação, com salário previsto de R$ 13 mil, estava em análise pela diretoria da agência reguladora.
O nome havia sido aprovado pela própria Casa Civil, que analisa a idoneidade de todas as indicações feitas para funções federais de alto escalão.
"No dia de hoje, recebi a informação que a candidata desistiu de participar do processo de nomeação, embora tenha atendido todos os requisitos para o cargo", informou o diretor de desenvolvimento setorial da ANS, Rodrigo Rodrigues de Aguiar.
Em nota, ele ressaltou que os processos de nomeação "seguem requisitos técnicos" e que são pautados na "ética" e na "transparência"
"Entretanto, o processo para a ocupação do cargo gerou repercussões distorcidas e ilações", afirmou. "Reitero que o processo seletivo foi conduzido no âmbito da ANS, sem sofrer ingerências externas", acrescentou.
Desde a segunda-feira (20), após a informação ter sido veiculada, assessores presidenciais defendiam que a nomeação não fosse efetivada.
Segundo relato feito à reportagem, o conselho foi inclusive levado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O receio da cúpula militar era de que o episódio desgastasse ainda mais a imagem das Forças Armadas, criticadas por seu envolvimento no comando do Ministério da Saúde em meio à pandemia do coronavírus.
A possibilidade de nomeação foi revelada pela revista Veja no final de semana. Isabela é formada em comunicação social e não é servidora de carreira.
Se a indicação fosse efetivada, ela ocuparia posto na gerência de análise setorial e contratualização com prestadores. O cargo é exercido atualmente por Gustavo Macieira, especialista em regulação.
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