A ativista Sara Winter foi presa pela Polícia Federal em Brasília nesta segunda-feira (15). Ela é líder do grupo "300 do Brasil", que apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mandado de prisão foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Procuradoria-Geral da República.
A prisão ocorre dentro do inquérito que apura a organização dos movimentos antidemocráticos. Winter é uma das investigadas em outro inquérito, o das fake news. Ambos estão sob relatoria de Moraes. Há outros cinco mandados de prisão em cumprimento, todos contra lideranças do grupo.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os pedidos de prisão foram feitos pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros e enviados ao gabinete do ministro do STF na sexta-feira (12).
O "300 do Brasil" é o grupo bolsonarista que estava acampado na Esplanada dos Ministérios. O acampamento foi desmontado no sábado (13), em operação do governo do Distrito Federal.
Na noite do mesmo dia, os manifestantes voltaram a atacar os ministros do Supremo, conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Por volta das 21h30, o grupo não identificado lançou fogos de artifício contra o prédio da Corte, simulando um bombardeio. No vídeo, divulgado em redes sociais, um homem profere insultos e menciona alguns nomes de ministros: Cármen Lúcia, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandovsky e Gilmar Mendes.
O homem faz ameaças dizendo aos ministros: "Se preparem, Supremo dos bandidos, aqui é o povo que manda". Segundo a Polícia Militar do DF, um grupo de aproximadamente 30 pessoas realizou um culto na Praça dos Três Poderes e encerrou a cerimônia com fogos de artifício.
Sara Winter ficou conhecida em 2012, quando participava do Femen, grupo feminista de origem ucraniana que organizou protestos na Eurocopa. Em 2013, ela também organizou manifestações para que a Copa do Mundo de 2014 não fosse realizada no Brasil. Chegou a ser detida, na época, numa das manifestações por ato obsceno e por chamar policiais de "assassinos".
Em 2014, Winter entrou com pedido de cassação do mandato do então deputado Jair Bolsonaro. Na ocasião, o parlamentar havia declarado que não estupraria a ex-ministra e deputada Maria do Rosário por considerá-la "muito feia".
Hoje, ela é contra o movimento feminista, apoia o presidente e é conhecida como uma das maiores lideranças da extrema-direita no Brasil.
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