O presidente Jair Bolsonaro voltou nesta sexta-feira (14) a colocar o sistema eleitoral brasileiro em xeque, defendeu a aprovação do voto impresso e afirmou que o ex-presidente Lula (PT) só ganhará as eleições de 2022 na fraude.
"Um bandido foi posto em liberdade, foi tornado elegível, no meu entender para ser presidente. Na fraude. Ele só ganha na fraude no ano que vem", disse Bolsonaro em Terenos (MS), onde participou de um ato para a entrega de títulos de posse de terra.
As declarações do presidente foram feitas dois dias após a divulgação da pesquisa Datafolha que apontou o ex-presidente Lula liderando a corrida eleitoral do próximo ano.
Segundo o Datafolha, Lula tem 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 55% a 32%, desempenho puxado sobretudo pelas intenções de voto no Nordeste. A pesquisa ainda apontou queda de popularidade do presidente.
Em um segundo pelotão, embolados, aparecem o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (sem partido), com 7%, o ex-ministro da Integração Ciro Gomes (PDT), com 6%, o apresentador Luciano Huck (sem partido), com 4%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que obtém 3%, e, empatados com 2%, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o empresário João Amoêdo (Novo).
Nesta sexta-feira, em um discurso de cerca de 30 minutos em Mato Grosso do Sul, o presidente fez uma defesa veemente da aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para a criação do voto impresso nas eleições brasileiras.
Bolsonaro também criticou os partidos de esquerda e lembrou que o próximo presidente irá indicar dois ministros do STF (Supremo Tribunal federal) em 2023. Bolsonaro também voltou a atacar a CPI da Covid, em curso do Senado, e criticou a composição dos integrantes da comissão.
"Agora se faz uma CPI em Brasília que não é para apurar propina, disso a imprensa está com saudade. Faz uma CPI com aquela composição que, puxa vida, para apurar omissões do governo federal. Mas na hora de convocar governadores, ela á contra", disse.
Nesta quinta-feira (13), o presidente já havia entrado em rota de colisão com os membros da CPI ao repetir o gesto do seu filho e senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e chamar de vagabundo o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL).
"Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecendo com essa CPI", disse o presidente em discurso no estado que é base eleitoral do senador Renan Calheiros.
A sessão da CPI de quarta-feira (12) foi encerrada após um bate-boca entre Flávio e Renan. O filho do presidente da República chamou o senador alagoano de vagabundo. Mais tarde, em uma rede social, Bolsonaro publicou trecho de vídeo com a discussão dos senadores.
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