O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na última segunda-feira (14) homologar o acordo de colaboração premiada do empresário José Seripieri Filho, fundador e ex-presidente da Qualicorp, empresa que atua na área de seguro de saúde.
A delação, acertada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), foi um dos vinte acordos assinados pela gestão de Augusto Aras neste ano - alguns ainda aguardam a homologação. Segundo o Estadão apurou, a multa acertada é de cerca de R$ 200 milhões.
Com a validação da delação pelo ministro Luís Roberto Barroso, as acusações apresentadas pelo empresário poderão fundamentar apurações, abrir novas frentes de investigação no âmbito da Operação Lava Jato e levar à abertura de novos inquéritos. O acordo foi homologado pelo STF por envolver autoridades com prerrogativa de foro, especialmente integrantes da classe política.
Em julho, Seripieri Filho foi preso na Operação Paralelo 23, que mira o senador José Serra (PSDB-SP) por suposto caixa 2 de R$ 5 milhões na campanha do tucano para o Senado em 2014.
Na época, investigadores da Polícia Federal apontaram indícios de que a Qualicorp tenha fraudado contratos para dissimular repasses à campanha do tucano.
Seripieri Filho era conhecido no mercado como um administrador astuto e que, segundo pessoas próximas, sempre esteve próximo de figuras de poder, independentemente do partido que estivesse no Planalto.
Segundo apurou o Estadão, a aproximação entre o empresário e Serra começou em 2010, quando um amigo em comum apresentou o fundador da Qualicorp ao então candidato à Presidência da República. Nessa época, a companhia era líder de setor. Quem conhece Júnior, no entanto, garante que a proximidade do empresário com figuras poderosas não se resumiu a tucanos. O círculo de amizade também incluía petistas.
A reportagem procurou a assessoria e a defesa do empresário e aguarda retorno.
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