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Bolsonarista invade festa de aniversário e mata político petista

Bolsonarista invade festa de aniversário e mata político petista

Marcelo Arruda comemorava aniversário de 50 anos, em Foz de Iguaçu (PR), quando foi morto a tiros por um policial penal federal, que também se feriu e está internado. PT diz que militante foi vítima de intolerância e violência política

Publicado em 10 de julho de 2022 às 13:53

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VICTORIA AZEVEDO E MAUREN LUC
  • Victoria Azevedo e Mauren Luc

Errata Atualização
10 de julho de 2022 às 18:25

Essa matéria foi atualizada. A princípio, a Polícia Civil do Paraná havia informado que Jorge José Guaranho tinha morrido na troca de tiros com o petista Marcelo Arruda. Porém, no fim da tarde deste domingo, em nova versão divulgada pela polícia, a família do policial penal federal teria informado que ele permanece internado.

SÃO PAULO E CURITIBA -  Um policial penal federal bolsonarista invadiu a festa de aniversário e matou a tiros um militante petista, na noite de sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR).

A Polícia Civil do Paraná havia informado que, após reação do petista, o bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho também havia sido atingido e morrido. Na tarde deste domingo (10), porém, a delegada da Homicídios, Iane Cardoso, responsável pelo caso afirmou que foi informada pela família que ele permanece internado.

Segundo o boletim de ocorrência, Marcelo de Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos em festa temática a favor do PT quando Jorge José da Rocha Guaranho passou em frente ao local de carro e afirmou "aqui é Bolsonaro". Houve discussão e Guaranho disse que retornaria.

Segundo as testemunhas, Marcelo então foi ao seu carro e pegou sua arma. Depois, Guaranho retornou e houve troca de tiros.

Marcelo era guarda municipal e tesoureiro do partido.

Partido dos Trabalhadores divulgou nota lamentando a morte e afirmando que ela se deu por crime de ódio por um bolsonarista.

Marcelo Arruda Petista assassinado por bolsonarista
Marcelo Arruda foi assassinado por bolsonarista ao comemorar aniversário com tema do PT. (Gleisi Hoffmann/Twitter/Reprodução)

Segundo nota do PT, Marcelo comemorava seu aniversário de 50 anos com familiares e amigos em uma festa na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. O texto diz que ele foi vítima da "intolerância, do ódio e da violência política".

Diz ainda que o bolsonarista, antes de cometer o crime, teria "interrompido a festa e ameaçado de armas na mão a todos os presentes".

Marcelo foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020.

"As últimas imagens de sua vida, gravadas no momento em que cantavam o parabéns, registram sua alegria de viver, seu entusiasmo com a militância, seu compromisso de vida com o PT e o presidente Lula", diz a nota do partido.

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), divulgou nota e fotografias do militante em sua festa de aniversário em seu perfil no Twitter. Ele aparece posando ao lado de decorações temáticas em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao partido.

"Um policial penal, bolsonarista, tentou invadir a festa com arma. Trocaram tiros. Ambos morreram. Uma tragédia fruto da intolerância dessa turma", escreveu Gleisi.

ex-presidente Lula também comentou o caso em suas redes sociais e afirmou que Marcelo "evitou uma tragédia maior".

Ele também pediu "compreensão e solidariedade" aos familiares Guaranho, que "perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável".

"Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz", escreveu Lula.

Ainda na nota, o PT afirma que desde o começo do ano vem alertando a sociedade e autoridades para "a escalada de perseguição" a parlamentares, filiados, militantes de movimentos sociais e de outros partidos "e o crescimento da violência política no país".

No texto, o partido também cobra de autoridades de segurança pública "medidas efetivas de prevenção e combate à violência política" e alerta o Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que "coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade".

A Prefeitura de Foz do Iguaçu emitiu nota de pesar pela morte de Marcelo, que era GM (Guarda Municipal) na cidade. Ele era da primeira turma da corporação, onde atuava há 28 anos.

No texto, prefeito Chico Brasileiro agradece pela dedicação e comprometimento do servidor com o município, "o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais".

Marcelo também era diretor da executiva do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi).

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