O presidente Jair Bolsonaro admitiu erro e retirou o nome do ex-ministro da Justiça Sergio Moro da assinatura da medida de exoneração de Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal. A demissão foi republicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite desta sexta-feira (24) sem o nome de Moro abaixo do de Bolsonaro.
Na medida, é informado que o ato foi "republicado por ter constado incorreção quanto ao original". No lugar de Moro, são citados os nomes dos ministros Braga Netto (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência).
O primeiro ato de exoneração foi publicado na madrugada como "a pedido" de Valeixo no Diário Oficial, com as assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e de Moro. Ao anunciar sua demissão, Moro afirmou que não assinou a medida e que soube de madrugada de sua publicação. Ainda segundo o ministro, Valeixo não pediu para ser exonerado, ao contrário do que informa o ato no Diário Oficial.
"Fiquei sabendo pelo Diário Oficial, não assinei esse decreto", disse o ministro. O agora ex-ministro declarou ainda que isso foi algo "ofensivo" e que "foi surpreendido". "Esse último ato foi uma sinalização de que o presidente me quer fora do cargo."
A Folha de S.Paulo antecipou na madrugada a informação de que o ministro não havia assinado o ato de exoneração de Valeixo e que o então diretor-geral da PF não havia pedido sua saída. O contexto da exoneração de Valeixo foi considerado decisivo para Moro bater o martelo de sua saída do governo.
No pronunciamento em que rebateu as declarações de Moro, Bolsonaro não esclareceu as razões pelas quais colocou o nome de Moro no Diário Oficial. Sobre Valeixo, afirmou que conversou na noite de quinta (23) com ele para comunicar da exoneração.
Pouco depois, Moro comentou o episódio em sua rede social. "De fato, o Diretor da PF Maurício Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo presidente para ser substituído. Mas, ontem, não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado", disse o ex-ministro.
Na retificação da medida, Bolsonaro manteve o caráter "a pedido" da exoneração do chefe da PF.
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