Pela primeira vez, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu a possibilidade de tomar a vacina contra o novo coronavírus. A declaração, ao contrário do que vinha adotando contra a obrigatoriedade, aconteceu durante uma conversa com apoiadores na noite desta sexta-feira (05), em Brasília.
“No meu caso, o pessoal fica perturbando ‘tome a vacina’. O que é vacina? Não é um vírus morto? Eu já tive o vírus vivo. Então estou imunizado. Deixa outro tomar a vacina no meu lugar”, afirmou durante a conversa.
Entretanto, durante a mesma fala, Bolsonaro acabou admitindo a possibilidade da imunização. “ Lá na frente, depois de todo mundo, se eu resolver tomar, porque no que depender de mim é voluntário, não pode obrigar ninguém a tomar vacina, eu tomarei”, declarou o presidente.
Durante um evento em dezembro do ano passado, em meio às negociações da compra de imunizantes, Bolsonaro chegou a dizer que não tomaria a vacina por já ter sido contaminado pela doença. "Eu não vou tomar a vacina e ponto final. Se alguém achar que a minha vida está em risco é problema meu", alegou.
Na mesma ocasião, o mandatário criticou a obrigatoriedade da imunização no país. "Já tenho anticorpos. Pra que tomar a vacina de novo?".
Ao contrário do que disse o presidente da República, quem já teve Covid-19 também tem que se vacinar. A imunidade de quem já foi infectado dura alguns meses, não se sabe ao certo quanto. Além disso, não é descartado o risco de reinfecção. Outra questão é que a imunização resultante da vacinação deve ter maior duração do que a provocada pela infecção natural.
Nem sempre ter tido a doença, e ter sobrevivido, é melhor do que a vacina. Por exemplo: quem já teve gripe uma vez pode ficar gripado novamente.
Também deve-se ressaltar que há variantes do novo coronavírus em circulação. E, mais uma vez, ao contrário do que disse Bolsonaro, se uma pessoa decide não se vacinar isso não é apenas um risco à vida da própria pessoa. Se um alto percentual recusar a imunização, o vírus continua circulando de forma significativa, possibilitando que sofra mutações, com o surgimento de novas variantes. E há um risco de que novas cepas sejam resistentes às vacinas.
Ou seja, quem não se vacina coloca em risco as outras pessoas, inclusive as que se vacinaram.
* Com agências
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta