O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ter recebido alta médica no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, nesta quarta-feira (5).
Bolsonaro está internado desde a madrugada de segunda-feira (3) devido a uma obstrução intestinal. O presidente interrompeu as férias em Santa Catarina após sentir dores abdominais. O problema no intestino é consequência da facada sofrida pelo então candidato em 2018.
Os boletins médicos vêm registrando melhora do presidente. Na terça (4), o hospital informou que a obstrução se desfez e que uma cirurgia foi descartada. O presidente reagiu bem à dieta líquida e teve a sonda nasogástrica retirada.
Diante da melhora, cresceu a expectativa entre ministros e apoiadores de que Bolsonaro receba alta. Na terça, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, afirmou que a liberação poderia ocorrer "a qualquer momento".
Inicialmente, o presidente recebeu antibióticos e alimentação por meio de sonda nasogástrica, hidratação e reposição de glicose e eletrólitos (especialmente sódio e potássio) para que seu intestino voltasse a funcionar. O presidente respondeu ao chamado tratamento conservador --sem intervenção cirúrgica.
Nas redes sociais, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, publicou uma foto de Bolsonaro caminhando na terça. O presidente e seus seguranças não usavam máscaras.
A avaliação sobre a necessidade de cirurgia dependia da chegada do médico Luiz Antônio Macedo ao hospital.
O cirurgião, que faz o tratamento de Bolsonaro desde a facada, estava de férias nas Bahamas e voltou para São Paulo na madrugada de terça. Segundo Macedo, um avião providenciado pelo hospital fez seu transporte --o Vila Nova Star não respondeu se repassará os custos à Presidência da República.
O jornal Folha de S.Paulo fez um orçamento de voo fretado das Bahamas a São Paulo com duas empresas e obteve custos de R$ 340 mil e R$ 680 mil.
A internação ocorre em meio ao desgaste do presidente após uma série de críticas por não ter interrompido as férias diante das enchentes na Bahia. Bolsonaro seguiu com passeios de turismo em Santa Catarina e não sobrevoou as áreas atingidas.
Opositores do presidente na esquerda criticaram a internação como oportuna e até a versão fantasiosa de que a facada não existiu voltou a circular nas redes sociais.
Por outro lado, apoiadores de Bolsonaro passaram a resgatar a memória da facada, tema que mobiliza sua base eleitoral. Familiares e ministros lembraram a tentativa de homicídio e pediram uma corrente de oração para o mandatário.
"É a segunda internação com os mesmos sintomas, como consequência da facada (6.set.18) e quatro grandes cirurgias", afirmou Bolsonaro nas redes sociais na segunda-feira, lembrando sua última internação e o histórico de tratamentos após o atentado.
Em 14 de julho de 2021, em meio ao desgaste do governo diante de acusações de propina na compra de vacinas reveladas pela CPI, Bolsonaro foi internado em São Paulo com obstrução no intestino - quadro também ligado ao atentado durante a campanha presidencial de 2018. O presidente teve alta em 18 de julho e não passou por cirurgia.
Na época, a questão médica foi explorada por Bolsonaro e seus filhos nas redes ao resgatarem o atentado e acabou aumentando a popularidade digital do presidente, que estava em baixa em meio à crise na CPI e a protestos da oposição.
Bolsonaro viajou a São Francisco do Sul (SC) na segunda-feira (27) para passar o Réveillon com a primeira-dama e a filha mais nova, Laura. Antes do Natal, ficou no Forte dos Andradas, em Guarujá (SP), entre os dias 17 e 23.
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