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Bolsonaro chama Moraes de 'patife' e pede suspeição de ministro em ação

Bolsonaro chama Moraes de 'patife' e pede suspeição de ministro em ação

Chefe do Executivo promove ataques, diz que presidente do TSE é parcial e 'moleque' e tenta afastá-lo de caso sobre lives

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 21:40

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  • Renato Machado

BRASÍLIA - Pelo terceiro dia seguido, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a sua transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (29) para atacar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. O mandatário chamou Moraes de "moleque" e de "patife".

Ao mesmo tempo, Bolsonaro pediu à corte para afastar Moraes de julgamento de ação que vetou que sejam feitas transmissões com cunho eleitoral no Palácio da Alvorada.

Presidente Jair Bolsonaro e ministro Alexandre de Moraes
Jair Bolsonaro fez ataques a Alexandre de Moraes pelo terceiro dia seguido. (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil e Nelson Jr/STF)

A nova ofensiva de Bolsonaro começou após reportagem da Folha de S. Paulo ter revelado que Moraes autorizou quebra de sigilo bancário do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, principal ajudante de ordens de Bolsonaro, por suspeitas levantadas pela Polícia Federal sobre transações financeiras feitas no gabinete do presidente da República.

"Repito, Alexandre, seja homem uma vez na vida. Divulga os valores da quebra de sigilo telemático, deixa de ser um patife", disse Bolsonaro em transmissão nas redes sociais nesta quinta (29). As lives de Bolsonaro após o veto do TSE ao Alvorada têm sido feitas em local não identificado.

Em paralelo, Bolsonaro foi ao TSE para pedir que Moraes seja declarado suspeito no caso que limitou as transmissões eleitorais. O mandatário afirma o ministro revelou "comportamento parcial" ao passar o dedo pelo pescoço, lembrando uma degola, durante a votação que confirmou o veto na terça (27).

O TSE ainda não se manifestou oficialmente sobre o gesto do ministro, mas interlocutores de Moraes dizem que o sinal foi uma brincadeira dirigida a um assessor e não teve relação com Bolsonaro.

O chefe do Executivo pede, no documento apresentado nesta quinta-feira (29), para o tribunal derrubar decisão liminar (urgente e provisória) que impediu a realização das lives na residência oficial da Presidência, enquanto não houver julgamento final sobre o pedido de declarar Moraes suspeito no caso.

O requerimento está sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski. No pedido apresentado ao TSE, Bolsonaro afirma que é "notória a animosidade" entre ele e Moraes.

"Diversos são os veículos de comunicação social que divulgam, diuturnamente, conflitos pessoais e de posicionamentos entre os envolvidos."

Na transmissão feita nas redes sociais, Bolsonaro novamente acusou Moraes de ter vazado a quebra de sigilo. "Você quer um presidente, Alexandre de Moraes, refém teu. E eu não sou refém teu. Porque, se eu fosse, eu não teria assinado o indulto, a graça, ao deputado Daniel Silveira", afirmou, em referência ao parlamentar preso por ataques ao Supremo Tribunal Federal.

"Mas eu estou do lado de cá e aí vem o Alexandre de Moraes com essas baixarias, quebra o sigilo do meu ajudante de ordem. Ele quebrou foi o meu sigilo, Alexandre. Isso não é papel de homem. É de moleque, é de moleque", completou Bolsonaro, que atacou Moraes em três transmissões diárias seguidas.

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