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Bolsonaro convoca reunião de despedida e planeja ir para Orlando até sexta

Bolsonaro convoca reunião de despedida e planeja ir para Orlando até sexta

Presidente já disse a interlocutores que deixará o país e que não pretende passar a faixa presidencial para Lula, que toma posse no domingo (1º)

Publicado em 27 de dezembro de 2022 às 19:30

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MATHEUS TEIXEIRA - MARIANNA HOLANDA

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou uma reunião de despedida e planeja deixar o Brasil até sexta-feira (29) para passar a virada do ano em Orlando, nos Estados Unidos.

O mandatário confirmou a interlocutores que não pretende passar a faixa para o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na posse em 1º de janeiro e que estará fora do país no réveillon.

Presidente Jair Bolsonaro (PL) durante entrevista ao canal de YouTube Cara a Tapa
Bolsonaro nomeou oito assessores para acompanhá-lo fora da Presidência. (Reprodução/ YouTube)

O ex-ministro e candidato a vice nas eleições deste ano, Braga Netto, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entre outros aliados, devem participar do encontro de despedida na quarta-feira (28).

Nesta terça (27), um caminhão de mudanças foi ao Palácio da Alvorada. No Planalto, o gabinete presidencial já está vazio, sem os quadros e adornos do mandatário.

Bolsonaro deu poucas declarações após perder o pleito deste ano e em todas elas evitou parabenizar Lula ou reconhecer a derrota.

Do ponto de vista formal, porém, autorizou o início da transição e deu poder para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), fornecer ao governo eleito a estrutura necessária para preparar os projetos que pretende implementar a partir de 2023.

Apoiadores mais radicais do Presidente afirmam que as eleições foram fraudadas, apesar de não apresentarem provas consistentes, e se acumulam em frente a quartéis para pedir intervenção das Forças Armadas a fim de evitar a posse de Lula.

Bolsonaro chegou a afirmar que as manifestações são resultado de "sentimento de injustiça" e deu declarações dúbias sobre as eleições, mas não tentou adotar nenhuma medida formal que vise evitar a posse de Lula.

O plano do atual presidente é se manter na política e liderar a oposição ao PT nos próximos quatro anos. Para isso, negociou com Valdemar Costa Neto a estrutura necessária para tentar seguir como líder do campo conservador no país.

A ideia é que o partido dê um salário a Bolsonaro equivalente ao teto constitucional do setor público. Além disso, deve ter uma casa alugada no bairro nobre de Brasília.

Nesta terça-feira (27), ele já começou a se planejar para a vida fora do poder. Para isso, foi publicado no Diário Oficial da União a nomeação dos oito assessores a que ex-presidentes têm direito.

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