BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta terça-feira (12) a violência de "petistas" que chutaram a cabeça do policial penal bolsonarista Jorge José Guaranho, que assassinou o político petista Marcelo de Arruda em Foz do Iguaçu (PR), no final de semana.
Os chutes ocorreram após a troca de tiros entre os dois. Marcelo morreu e Jorge ficou ferido. No chão, foi alvo de chutes de convidados que estavam na festa do militante do PT.
Em conversa com apoiadores publicada na internet nesta terça, o chefe do Executivo tentou justificar a ação do policial, que invadiu o local em que Marcelo comemorava seu aniversário e o matou a tiros.
"Está sendo concluída investigação pela Polícia Civil do Paraná - talvez conclua hoje, haja coletiva talvez - para a gente ver que teve problema lá fora, onde o cara que morreu, que estava lá na festa, jogou pedra no vidro daquele cara que estava com o carro do lado de fora. Depois, ele voltou e começou o tiroteio lá e morreu o aniversariante", declarou o presidente.
Imagens de câmera de segurança mostram a discussão antes do crime e algo sendo arremessado em direção ao carro. No fim de semana, a informação preliminar apontava que seria um copo de cerveja.
A Polícia Civil ainda apura o caso. A previsão é que o inquérito seja concluído até a próxima terça-feira (19).
Segundo o chefe do Executivo, "nada justifica a troca de tiros". Ele disse, porém, que grande parte da imprensa não mostrou "o que aconteceu lá fora", antes do enfrentamento entre os dois.
O mandatário afirmou que, caso Jorge tenha maiores complicações de saúde e venha a morrer por traumatismo craniano, "os petistas que chutaram a cara dele vão responder por homicídio".
"O outro foi ferido, ficou lá caído no chão e aí o pessoal da festa, todos petistas, encheram a cara dele de chutes. Bem, a violência, né? Os petistas era violência do bem, chute na cara de quem está deitado e caído no chão", declarou.
O chefe do Executivo disse que tentam criar a narrativa de que ele "estimula a violência". Para ele, porém, a tese não prospera.
"Vamos lá: em 2016, tivemos 61 mil mortes por arma de fogo no Brasil, governo Dilma Rousseff. Ano passado, governo Jair Bolsonaro, tivemos 41 mil mortes. Ou seja, menos 20 mil mortes. Como meu governo estimula violência? São números", disse.
A Polícia Civil do Paraná já ouviu oito pessoas para tentar descobrir a dinâmica do crime.
A lista de pessoas ouvidas inclui testemunhas e familiares do autor do crime, que teve a prisão preventiva decretada e está internado em estado grave. A mulher dele e a filha estiveram com ele pouco antes do ataque ao petista.
O ataque aconteceu no sábado (9), quando Marcelo comemorava seu aniversário de 50 anos, em uma festa com temática do PT. Testemunha dizem que o assassino entrou no local gritando palavras de ordem em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL).
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