O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (2) que a decisão sobre propor ao Congresso Nacional uma nova política de reajuste do salário mínimo será do ministro da Economia, Paulo Guedes. "Quem trata deste assunto (a nova política) é o Paulo Guedes, que está fazendo bom trabalho", afirmou o mandatário.
Bolsonaro editou uma medida provisória (MP) na terça-feira (31) para reajustar o salário mínimo de R$ 998 para R$ 1.039. O valor representa um aumento de R$ 8 do que estava previsto no Orçamento de 2020. O novo mínimo passou a vigorar nesta quarta-feira, 1º de janeiro.
Em entrevista no último dia 18 de dezembro, após o Congresso aprovar o Orçamento para 2020, o ministro da Economia disse que o valor do mínimo será discutido ano a ano. Para ele, a decisão de governos anteriores de fixar uma regra que valia para vários anos "não foi boa para o País". "Quando a gente pensa hoje em política salarial, você está fazendo demagogia", afirmou.
O Orçamento previa o valor do mínimo de R$ 1.031, sem aumento real (ou seja, com reajuste apenas para compensar a perda da inflação estimada para este ano).
O valor mais baixo havia sido proposto pelo próprio governo em novembro, após o Ministério da Economia revisar a estimativa do INPC, índice de inflação usado como base para o cálculo.
O Ministério da Economia informou, na segunda-feira (30), porém, que a recente alta do preço da carne pressionou a inflação e, assim, gerou uma expectativa de INPC mais alto, o que está refletido no salário mínimo de 2020.
"Ou você tem uma política... tinha, que acabou no ano retrasado, ou você todo ano regula. (o reajuste) Foi acima do que seria se a lei do PT estivesse em vigor", disse Bolsonaro.
A política de aumentos reais (acima da inflação) do salário mínimo vinha sendo implementada nos últimos anos, após ser proposta pela então presidente Dilma Rousseff e aprovada pelo Congresso. Os reajustes pela inflação e variação do PIB vigoraram de 2011 a 2019, mas nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação.
Bolsonaro disse, ironicamente, que, se pudesse, elevaria o salário mínimo a R$ 10 mil mensais. "Tem que saber de onde vem o dinheiro, só isso", ponderou. As declarações do presidente foram feitas em frente ao Palácio da Alvorada.
O presidente elogiou manchete do jornal O Estado de S. Paulo sobre aumento de empregados na indústria da transformação, mas reclamou que não recebe créditos por avanços na economia.
"Parabéns ao Estado de São Paulo. Botou uma manchete sobre emprego aí na indústria. Poxa, é difícil uma matéria (positiva) né. Mas não bota o nome 'Jair Bolsonaro'. Parece que é: 'O Brasil tá indo bem, ministros também, apesar do presidente'", disse o presidente.
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