O presidente Jair Bolsonaro foi ao Facebook se explicar para apoiadores a respeito do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o "fundão eleitoral", cuja aprovação foi sinalizada pelo presidente na manhã desta quinta-feira, 2.
No post, que foi ao ar na tarde desta quinta-feira, Bolsonaro explica, usando o artigo 85 da Constituição Federal, que um eventual veto ao fundão poderia fazê-lo incorrer em crime de responsabilidade, o que potencialmente acarretaria em processo de impedimento.
"Pelo exposto você acha que devo vetar o FEFEC, incorrer em Crime de responsabilidade (quase certo processo de impeachment) ou sancionar?", perguntou o presidente da República aos seus seguidores no fim da publicação.
A manifestação de Bolsonaro acontece depois de muitas críticas de bolsonaristas à sinalização do presidente de que o fundão deve ser sancionado. Nas redes sociais, celebridades que já foram apoiadoras de Bolsonaro, como o apresentador de TV Danilo Gentili, chamaram o presidente de "mentiroso".
Mesmo nos comentários da explicação de Bolsonaro no Facebook, apoiadores do presidente continuaram pressionando pelo veto. "É para VETAR o Fundão, sim. Apoiamos você para ir até as últimas consequências. Não fique no meio do caminho. Vai ficar para sempre refém do Congresso?", escreveu o usuário Eduardo Hwang, autor do comentário mais curtido em resposta ao post de Bolsonaro.
Outros apoiadores, no entanto, concordaram com a sanção ao fundo eleitoral, mas sugeriram ao presidente dar mais publicidade às explicações. "O presidente deveria ir à TV em horário nobre explicar tal situação. Assim seus eleitores e os outros entenderiam de uma vez por todas que nem sempre as leis são criadas para benefício do povo", escreveu outro usuário.
Na mesma transmissão Bolsonaro destacou que é difícil a implementação do juiz de garantia, previsto na lei anticrime sancionada por ele no final do ano passado. "Acho difícil implementação do juiz e garantia; o problema está com Judiciário e vai levar anos para decidir isso", afirmou.
No entanto, o presidente criticou a polêmica sobre ele ter sancionado a lei. "Quando aprovaram o juiz de garantia (no Congresso), ninguém falou. Quando eu resolvi sancionar, apareceram os constitucionalistas e meteram fogo em mim. Sancionei tranquilo do que fiz".
Bolsonaro defendeu a existência do juiz para atuar em investigações criminais antes do oferecimento de denúncias. Ele citou que o próprio ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, contrário ao juiz de garantia, foi assessorado por outros magistrados durante a Lava Jato e afirmou que existem "maus e bons" em todas as profissões para justificar sua posição.
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