Em um evento com clima de comício, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo (27) que a eleição de outubro não é luta da esquerda contra a direita, mas "do bem contra o mal", em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à frente nas pesquisas de intenção de voto.
"O nosso inimigo não é externo, é interno. Não é luta da esquerda contra a direita, é do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta, porque estarei sempre na frente de vocês", disse Bolsonaro durante evento do PL.
O chefe do Executivo deu um discurso com roupagem de candidato à reeleição, ainda que isso não tenha sido mencionado.
"Se é para defender a democracia, a liberdade, eu tomarei a decisão contra quem quer que seja. E a certeza do sucesso é que eu tenho o exército ao meu lado. Este exército é composto de cada um de vocês", disse ainda. Quando discursou, tinha general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) ao seu lado.
O evento contou com a presença de parlamentares, ministros e apoiadores do presidente.
O discurso de Bolsonaro e dos seus ministros foi direcionado, principalmente, para nordestinos, mulheres e jovens, camadas que têm maior rejeição ao presidente.
Se filiaram neste domingo os ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e João Roma (Cidadania) e o senador Eduardo Gomes (TO).
Antes de o presidente discursar, falaram os ministros Roma, Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Tereza Cristina (Agricultura). Respectivamente, eles devem se candidatar aos governos da Bahia, de São Paulo e ao Senano por Mato Grosso do Sul.
Os três fizeram falas em contraponto aos governos petistas. Tarcísio disse que Bolsonaro está construindo um caminho "sem corrupção" e "que levou água para o nordeste, libertou as pessoas do carro-pipa".
Roma, por sua vez, mencionou programas de distribuição de renda e disse que o governo Bolsonaro não usurpa direitos e liberdades.
No fundo do palco, uma foto do presidente entre apoiadores com os dizeres: "Capitão do povo".
O evento começou às 10h deste domingo em Brasília. A expectativa dos apoiadores era de que chegasse a 5.000 convidados.
Apesar da reformulação do evento deste domingo pela campanha, para se adequar às regras eleitorais, Bolsonaro disse no sábado (26) se tratar de lançamento de pré-candidatura.
"Amanhã está previsto às 10 da manhã. Aí não sei, deve ter muita gente lá, muita gente está se inscrevendo. Não precisa se inscrever. Se tiver espaço, vai entrar mesmo quem [não] está inscrito. É o lançamento da pré-candidatura", disse Bolsonaro.
Como a Folha mostrou, a campanha do chefe do Executivo teve de mudar o anúncio do evento, que inicialmente seria o lançamento da pré-candidatura, após o sinal vermelho da equipe jurídica.
Os organizadores mudaram o material de divulgação e passaram a chamar o evento de "Movimento filia Brasil", para se adequar às regras.
A legislação eleitoral só permite campanha a partir de 16 de agosto. Comícios não são permitidos até lá, nem eventos públicos de lançamento de pré-candidatura, situação não prevista na legislação eleitoral.
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