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Bolsonaro diz esperar 'outras correções' da PF sobre caso das joias

Bolsonaro diz esperar 'outras correções' da PF sobre caso das joias

Polícia Federal enviou relatório ao STF com ‘erro material’ sobre valor das joias desviadas; corporação informou inicialmente que presentes valiam R$ 25,3 milhões, mas depois corrigiu para R$ 6,8 milhões

Publicado em 8 de julho de 2024 às 20:19

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SÃO PAULO - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (8) que vai aguardar "muitas outras correções" por parte da Polícia Federal sobre o inquérito do caso das joias. O relatório final da PF, tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, indicava inicialmente que as joias desviadas pela associação criminosa ligada a Bolsonaro eram avaliadas em R$ 25,3 milhões. Após a retirada do sigilo, a PF disse que houve "erro material" e que o valor verdadeiro é de R$ 6,8 milhões.

"Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias 'desviadas' estão na CEF [Caixa Econômica Federal], Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo", escreveu Bolsonaro, no X (antigo Twitter).

Em seguida, o ex-presidente afirmou que aguarda a Polícia Federal se posicionar no caso Adélio: "Quem foi o mandante?".

Presidente Jair Bolsonaro
Bolsonaro foi indiciado por crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

A PF já concluiu, contudo, que Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais, agiu sozinho. Em junho, a corporação solicitou o arquivamento do inquérito que apura a facada, mas deflagrou uma operação contra o advogado de Adélio, Fernando Costa Oliveira Magalhães, por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a corporação, não há relação entre a tentativa de assassinato e a organização criminosa. O relatório final do caso Adélio foi apresentado à Justiça, que decidirá sobre o andamento das investigações.

Entenda o caso das joias

A Polícia Federal concluiu que foi montada uma associação criminosa no governo Jair Bolsonaro para desviar joias e presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-chefe do Executivo. Segundo a PF, o valor parcial dos presentes entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente somou R$ 6,8 milhões. A investigação se iniciou a partir de uma reportagem do Estadão.

Bolsonaro foi indiciado na última semana por crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Outras 11 pessoas também foram indiciadas:

Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, ex-ministro de Minas e Energia;Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro;Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;José Roberto Bueno Junior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do setor de presentes durante o governo Bolsonaro;Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia;Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cid;Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

Os valores obtidos das vendas dos presentes, segundo a PF, eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de pessoas interpostas.

A Polícia Federal também indicou que Bolsonaro usou dinheiro em espécie obtido por meio da venda de joias para bancar as despesas dele e da família na temporada de três meses que ficou nos Estados Unidos, no início de 2023. Bolsonaro viajou ao país norte-americano no último dia do seu mandato.

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