O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira, 6, que convidou os empresários que foram alvo de operação da Polícia Federal (PF) por terem defendido um golpe de Estado para participar das manifestações do 7 de setembro. Apoiadores do chefe do Executivo como Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, tiveram até mesmo o sigilo bancário quebrado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Eu convidei os oito empresários para estarem comigo amanhã, aqui, no 7 de setembro. Se não for possível, que vão para o Rio de Janeiro. Convidei. São pessoas honradas. Duas têm contato comigo. E outra coisa: ninguém sabe o que está no processo", disse Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan. Em mensagens no WhatsApp obtidas pelo portal Metrópoles, os empresários defenderam um golpe caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições.
Bolsonaro afirmou nesta terça que os atos de 7 de setembro serão pacíficos, mas disse que os manifestantes vão pedir "eleições limpas". Em Brasília, são esperados mais de 500 mil apoiadores do chefe do Executivo. Bolsonaro tem convocado sua base eleitoral para sair às ruas na ocasião, que marca os 200 anos da Independência do Brasil, ao mesmo tempo que coloca em dúvida, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Na entrevista, Bolsonaro voltou a prometer que o Auxílio Brasil vai continuar em R$ 600 a partir do ano que vem. "Tudo o que faço e falo tem aval do Paulo Guedes", declarou o chefe do Executivo, em referência ao ministro da Economia.
Às vésperas da eleição, o governo conseguiu aprovar no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que decretou emergência no País para viabilizar a ampliação e a concessão de novos benefícios sociais. O aumento do Auxílio de R$ 400 para R$ 600, contudo, vale somente até o final do ano.
No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, o governo incluiu o valor médio de R$ 405 para o programa social. Bolsonaro tem prometido manter o valor em R$ 600, mas ainda não definiu como acomodar a ampliação do Auxílio Brasil no teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior. O chefe do Executivo já falou em usar recursos de vendas de estatais e de taxação de lucros e dividendos.
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