O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu nesta quarta-feira (16) que as unidades de ensino do país não deveriam ter sido fechadas por causa da pandemia do coronavírus, que já vitimou 133 mil pessoas no Brasil.
Em cerimônia de posse do ministro Eduardo Pazuello, da Saúde, ele avaliou como um "absurdo" que escolas ainda estejam sem aulas presenciais.
"Não tínhamos por que fechar as escolas, mas as medidas restritivas não estavam mais nas mãos da Presidência da República. Por decisão judicial, elas competiam exclusivamente aos governadores e prefeitos. Lamento. Somos o país com o maior número de dias em lockdown nas escolas. Isso é um absurdo", criticou.
Para defender seu ponto de vista, o presidente disse que estudos realizados em diferentes países demonstraram que a chance de alguém menor de 40 anos vir a óbito por causa da doença é próxima de zero. Ele não citou, contudo, a que pesquisas fazia referência.
"Nós falamos naquele momento, conforme alguns estudos pelo mundo, que as crianças e os jovens, em especial os abaixo de 40 anos, uma vez acometidos pelo vírus, a chance de partirem para a letalidade era próxima de zero", ressaltou.
Em discurso, o presidente voltou a criticar governadores e prefeitos que adotaram medidas para restringir o avanço da doença. Segundo ele, alguns deles foram "tomados pelo pânico" gerado por uma "mídia catastrófica".
"Eu entendo que alguns governadores foram tomados pelo pânico, proporcionado por essa mídia catastrófica que nós temos no Brasil. Não é uma critica à imprensa, é uma constatação. Me desculpem" , afirmou.
Bolsonaro disse que as suas críticas não são feitas com base em suposições, mas em conversas com médicos do país. Ele disse que tem sido muito criticado ao longo da pandemia, mas que tem "couro duro" e que sabe resistir.
"Eu não joguei, era apenas uma realidade que botava na mesa. Afinal de contas, todas as medidas tomadas no Brasil por governadores e prefeitos não visavam impedir que pessoas fossem contaminadas. Visavam impedir, sim, que as pessoas fossem contaminadas em um espaço de tempo muito pequeno", disse.
Bolsonaro voltou a defender a prescrição da hidroxicloroquina na fase inicial do tratamento do coronavírus. O medicamento, no entanto, não tem comprovação científica de eficácia no combate à doença.
"Nada mais justo, sagrado e legal que um médico, na ponta da linha, decidir o que aplicar em seu paciente na ausência de um remédio com comprovação cientifica. A responsabilidade é do médico", afirmou.
O presidente afirmou também que estudos recentes apontam que, caso tivesse sido utilizada desde o início da pandemia, a cloroquina poderia ter reduzido em até 30% o número de óbitos no país. Ele não citou, porém, a que estudos fazia referência.
"Eu acredito que nós fomos ousados", disse. "Critiquem, mas apresentem uma solução. Hoje, vimos que essa questão poderia ter sido tratada com muito mais racionalidade", disse.
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