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Bolsonaro diz que foi citado em mensagens hackeadas e que pretende divulgá-las

Bolsonaro diz que foi citado em mensagens hackeadas e que pretende divulgá-las

O presidente Jair Bolsonaro afirma que, como não acharam nada contra ele, foram atrás de integrantes de sua família e pessoas próximas

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 14:53- Atualizado há 4 anos

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O ministro da Casa Civil, Braga Netto, e o presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento sobre pressão dos combustí­veis e a polí­tica de reajustes adotada pela Petrobras.
O ministro da Casa Civil, Braga Netto, e o presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento sobre pressão dos combustí­veis e a polí­tica de reajustes adotada pela Petrobras. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores nesta sexta-feira (12) que foi citado nas mensagens hackeadas da Operação Lava Jato e que, por isso, quer ter acesso a elas para divulgá-las.

"Para que não haja dúvida, mandei pedir aquela matéria hackeada que está na mão do PT, na mão do Lula. Tem meu nome lá. Alguma coisa já passaram para mim. Vocês vão cair para trás. Chegando, eu vou divulgar. O Lula não vai divulgar. Já falou que não vai. Eu vou divulgar.", disse Bolsonaro a seus eleitores.

Nesta semana, a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) manteve a decisão que permitiu à defesa do ex-presidente Lula (PT) o acesso a mensagens trocadas entre integrantes da Lava Jato.

Os diálogos foram hackeados e, mais tarde, apreendidos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Spoofing, que investiga os invasores dos celulares de membros da operação.

A permissão para acessar as mensagens deu força ao pedido de Lula para que o Supremo declare a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e anule a condenação contra o ex-presidente no caso do tríplex de Guarujá.

O cenário mais provável, porém, é que o petista siga inelegível, pois deve ser mantida a condenação sobre o processo do sítio de Atibaia porque Moro não foi o responsável pela sentença de primeira instância nesse caso.

Uma parte das conversas foi entregue em 2019 ao site The Intercept Brasil, que, em parceria com outros veículos, já havia publicado parte dos diálogos no que ficou conhecido como o escândalo da Vaza Jato.

Nesta sexta, em conversa com apoiadores transmitida por um canal bolsonarista, Bolsonaro disse que sua vida financeira foi investigada irregularmente e que quer identificar quem "vendia informações" sobre ele no Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão federal.

"Você vê a perseguição ali, conversas de autoridades falando como é que entravam na minha vida financeira, da minha família. Você pode entrar, mas tem que ter uma ordem judicial. Ou tu respeita a lei ou não respeita. Eu quero pegar o cara que vendia informações. Dentro do Coaf, por exemplo", disse o presidente.

Bolsonaro disse ainda que já tem "alguma coisa" que "tem chegado" para ele e afirma esperar que o STF libere todas as mensagens para ele. "O que conseguiram contra eu [sic], Jair Bolsonaro? Não tem nada, pô. Agora, ficam em cima de filho, em cima de esposa, parente, amigo, advogado que advogava para mim", disse Bolsonaro.

Um relatório de inteligência financeira do Coaf de 2018 motivou as investigações.

O documento identificou movimentações suspeitas na conta bancária do ex-assessor parlamentar e PM aposentado Fabrício Queiroz, amigo do presidente que trabalhava para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando o filho do presidente era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Flávio foi denunciado em novembro de 2020 pela Promotoria fluminense sob acusação dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele nega as acusações.

Na mesma conversa, Bolsonaro disse também aos apoiadores que deverá haver a publicação ainda nesta sexta-feira de decretos sobre armamentos. Uma das medidas, segundo Bolsonaro, envolve airsoft, esporte de ação que simula situações de combate e que, para isso, utiliza armas de pressão que disparam bolinhas plásticas.

Ele voltou a defender a facilitação de armas à população sob o argumento de que "nenhum governante vai querer dar uma de herói [...] se o povo estiver armado".

O presidente também criticou o Facebook. Ele se disse censurado pela rede social que, segundo o mandatário, impediu que seus apoiadores enviassem fotos de notas fiscais de abastecimento em postos de combustíveis.

Pressionado por sua base popular, Bolsonaro está em campanha para mostrar que estados cobram mais impostos que o governo federal sobre os combustíveis.

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