O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que haverá "caos" e "rebelião" se o país decretar lockdown neste ano devido à piora da pandemia de Covid-19. À rádio Jovem Pan, o chefe do Executivo voltou a criticar governadores e prefeitos que tomam medidas para tentar conter o avanço da Covid-19 e reiterou que não se vacinou contra o coronavírus.
"O Brasil não resiste a um novo lockdown. Será o caos. Será uma rebelião, uma explosão de ações onde grupos vão defender o seu direito à sobrevivência. Não teremos Forças Armadas suficientes para a garantia da lei e da ordem", afirmou Bolsonaro, após criticar os governantes estaduais. Ao contrário do "novo lockdown" que o presidente citou, contudo, foram tomadas apenas medidas localizadas de isolamento social e restrição de circulação de pessoas no Brasil.
As declarações de Bolsonaro ocorrem em meio ao aumento de casos da doença no país, com a disseminação da variante Ômicron, altamente contagiosa. O chefe do Executivo também voltou a dizer que não se imunizou contra a Covid-19.
"Eu não tomei a vacina. É o meu direito", afirmou. "Não vão forçar, porque eu não vou tomar. Nenhum homem aqui no Brasil ou uma mulher vai me obrigar a tomar a vacina", acrescentou.
O presidente ainda voltou a minimizar os efeitos do coronavírus, que já causou a morte de mais de 600 mil pessoas no Brasil.
"Quando eu falei do meu passado atlético, o meu passado esportivo... batendo em mim o vírus, não vai acontecer nada, como não aconteceu. Fiz o tratamento precoce e nada aconteceu", disse o presidente, em referência ao pronunciamento feito por ele em rede nacional de rádio e televisão em março de 2020, começo da pandemia, quando chamou a Covid-19 de "gripezinha" ou "resfriadinho" e mencionou seu "histórico de atleta".
O tratamento precoce citado pelo presidente, com remédios como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, é comprovadamente ineficaz contra a Covid-19. A defesa do chamado "kit Covid" foi investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que atuou em 2021 no Senado e apontou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia.
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