O presidente da República, Jair Bolsonaro, confirmou nesta segunda-feira (6) que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, deseja promover mudanças na Petrobras para tentar conter a alta dos combustíveis em ano eleitoral. "A Petrobras estamos tentando mudar. Mudou o Ministro de Minas e Energia, que quer mudar agora a toda a Petrobras. Mas há uma dificuldade, reunião de conselhos, uma burocracia enorme, demora isso aí", declarou o presidente em entrevista à TV Terraviva.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o próprio anúncio da demissão de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras abria espaço para trocas na diretoria, que, no entanto, ainda esbarram em questões administrativas da empresa.
Para o lugar de Coelho, o governo indicou Caio Paes de Andrade, até então auxiliar do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a dizer que a privatização da Petrobras é algo "muito difícil". "Conversei com o Ministro de Minas e Energia, ele tem essa intenção, deu pontapé inicial. Mas dificilmente vai para frente isso, correndo tudo certo vai uns quatro anos. Tem que modular isso, não pode simplesmente quem pagar mais vai levar", afirmou, voltando a criticar a possibilidade de transferir um "monopólio estatal" para "monopólio privado".
A Petrobras ganhou, na semana passada, a recomendação do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para o governo incluir a companhia na lista de estudos de uma possível privatização.
O presidente da República afirmou que espera resolver a alta dos combustíveis "nos próximos dias". "Eu espero, nos próximos dias, tenho conversado com Economia, resolver essa questão aí", declarou em entrevista à TV Terraviva.
Bolsonaro reuniu ministros do primeiro escalão em seu gabinete na semana passada para discutir a possibilidade de editar um decreto de calamidade pública e, assim, criar um subsídio aos combustíveis.
Na ocasião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, convenceu o presidente a esperar mais um pouco e prometeu resolver a questão
Ainda na entrevista, Bolsonaro voltou a criticar a Petrobras. "Tem uma ganância enorme. Lucro da Petrobras é algo exagerado", disse o presidente, que ainda reiterou críticas à política de preços da empresa. "No meu entender, uma medida muito errada."
Ele também atacou o desinvestimento na área de refino, ao suposto descumprimento da "função social" da companhia e disse esperar que não haja um novo aumento dos combustíveis. "Por mim, eu não aumentaria."
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