Pelo 15º dia seguido, o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de panelaços em capitais pelo país, desta vez durante seu pronunciamento em rede nacional de TV, na noite desta terça-feira (31).
Os protestos em janelas de apartamentos aconteceram em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Vitória.
Panelaços já eram registrados no centro de São Paulo desde antes do pronunciamento. Quando a fala do presidente começou, houve protestos nos bairros de Pompeia, Aclimação, Bela Vista, Consolação, São Judas, Perdizes e Santa Cecília. Em Pinheiros, na zona oeste da capital, houve sirenes, além dos gritos e do som de panelas.
No Rio de Janeiro, houve panelaço em Laranjeiras. No bairro, também houve gritos esparsos de apoio a Bolsonaro.
Também houve protestos em Salvador, Curitiba e Recife.
Os panelaços foram mais fortes do que os dos últimos dias. Houve gritos de "fora", de "fascista" e de "genocida". Algumas pessoas respondia, de forma mais fraca, "mito".
Os panelaços contra o presidente começaram no último dia 17 e coincidem com o início da fase mais aguda das medidas de quarentena pelo país contra o novo coronavírus.
O presidente tem adotado um tom de minimizar os riscos da Covid-19, que já matou mais de 200 pessoas pelo país, e se referiu à doença como "gripezinha", "resfriadinho" e "neurose".
Ele defende a reabertura das atividades comerciais e escolas pelo país, posição sobre a qual tem entrado em conflito com governadores.
Pesquisa do Datafolha, feita entre os dias 18 e 20, mostrou apoio majoritário às medidas de restrição pelo Brasil.
Os protestos desse tipo se tornaram uma marca da queda da popularidade de Bolsonaro por ocorrerem em bairros de classe média e alta nos quais ele foi bem votado nas eleições de 2018.
Em 2015, os panelaços tinham sido um símbolo da insatisfação com a então presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment no ano seguinte.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta