Depois de uma batalha judicial que terminou com a apresentação de resultados negativos de exames, o presidente Jair Bolsonaro disse agora que "talvez" já tenha pegado "20 vezes" o novo coronavírus, mas que "talvez" tenha sido assintomático.
Em entrevista na porta do Palácio da Alvorada na noite de terça-feira (02), Bolsonaro disse que, ao se referir à Covid-19 como uma gripezinha, no início da pandemia, fazia menção a seu caso específico.
"A garotada, quando pega, nem sente. Desceram o cacete em mim porque eu falei que o meu caso, o meu, meu, particular, é gripezinha. Desceram o cacete em mim", disse o presidente, segundo vídeo publicado por apoiador.
"Agora, eu, apesar de estar no grupo de risco, eu sou o comandante da nação, tenho que estar no meio do povo. E ando no meio do povo. Eu já peguei 20 vezes este vírus, talvez, ou o vírus não quer papo comigo. É uma realidade. Vai pegar, vai contaminar muita gente. Parece que o time do Vasco tem um montão de cara com vírus lá. Vai pegar, e a grande maioria nem vai saber que pegou. Talvez o meu caso. Assintomático."
Nesta terça, o Brasil chegou a 555.383 casos confirmados e 31.199 mortes pelo novo coronavírus.
"A gente lamenta os mortos. O pessoal sempre acha que eu estou ignorando. Lamento os mortos. Qualquer morto. Quem não perdeu familiar aí na vida? Mas, se tivesse dado atenção à questão do emprego, estaria diferente hoje em dia", disse Bolsonaro.
Para embasar sua argumentação, disse não ter conhecimento de alguém que tenha morrido por falta de UTI ou de respirador.
"Então, o vírus é uma coisa que vai pegar em todo mundo. Não precisava ter, grande parte da imprensa, criado este estado de pânico junto à população", afirmou.
O presidente, que apareceu sem máscara na noite de terça, na manhã desta quarta disse que voltará a visitar municípios próximos a Brasília no fim de semana para ver como está a vida de pessoas. O deslocamento será de helicóptero, como ocorreu no sábado passado (30), quando foi a Abadiânia (GO).
Na sexta-feira (5), ele vai a Águas Lindas (GO) para inaugurar um hospital de campanha para vítimas da Covid-19, que deveria ter ficado pronto até o início de maio. Em 11 de abril, quando Bolsonaro visitou o local, onde havia apenas a carcaça da unidade, a previsão era que o governo federal investisse R$ 10 milhões.
O hospital terá 200 leitos adaptáveis para unidades de tratamento semi-intensivas, com tubulação e suporte para respiradores. A operação ficará a cargo do governo de Goiás, que contratará uma OS (organização social) para gerir a unidade.
A escolha do local foi feita, de acordo com o governo federal, após pedido de apoio do governo de Goiás à União devido à necessidade de atenção especial à doença.
Águas Lindas de Goiás tem um hospital regional que começou a ser construído em 2004, mas foi apenas parcialmente inaugurado. As obras começaram naquela época, tocadas pela prefeitura. Em 2013, o governo estadual assumiu o serviço.
Nesta quarta-feira, o Diário Oficial trouxe a nomeação do general Eduardo Pazuello como ministro interino da Saúde, 19 dias após Nelson Teich deixar o cargo. Pazuello chegou ao ministério como secretário-executivo com a missão de tutelar Teich durante a pandemia. Com a saída do ministro, o general passou a atuar como titular da pasta, o que só foi oficializado agora.
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