O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou as novas medidas de isolamento nos Estados e municípios para conter o avanço do novo coronavírus e descartou a possibilidade de decretar um "lockdown" nacional. "Alguns querem que eu decrete 'lockdown', não vou decretar e pode ter certeza de uma coisa, o meu Exército não vai pra rua pra obrigar o povo a ficar em casa", disse Bolsonaro em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira.
A média móvel diária de óbitos por Covid-19 no Brasil ficou em 1.497 neste domingo (07), segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O índice leva em consideração os números dos últimos sete dias e atingiu o maior patamar de toda a pandemia pelo nono dia consecutivo. Nas últimas 24 horas, o País registrou 1.054 novas mortes pela doença.
"Eu quero paz, tranquilidade, democracia, respeito às instituições, mas alguns estão se excedendo", disse Bolsonaro aos apoiadores. "O povo vai se conscientizar do que precisa ser feito. Na hora certa, tudo vai acontecer."
O presidente da República citou o auxílio emergencial, pago a trabalhadores informais e desempregados, como o "maior projeto social do mundo". O governo se prepara para lançar uma nova rodada do benefício em 2021.
"Parece que está voltando a onda de 'lockdown'", disse Bolsonaro, pressionado pelo avanço da doença e pela falta de vacinas para a população. "Vamos ver até onde o Brasil aguenta esse estado de coisas."
Mais uma vez, ele evitou se responsabilizar pelo quadro da Covid-19 no país. "Não cobre de mim. Se eu fosse o dono de tudo aqui, seria o que chamam de ditador."
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