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Bolsonaro minimiza questões raciais e diz que lugar de quem prega discórdia 'é no lixo'

Bolsonaro minimiza questões raciais e diz que lugar de quem prega discórdia 'é no lixo'

Presidente não citou o caso do assassinato de João Alberto Silveira Freitas no Rio Grande do Sul. Nesta sexta, houve manifestações ao menos em Porto Alegre, São Paulo e Brasília em razão da morte na loja

Publicado em 21 de novembro de 2020 às 10:41

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Presidente Jair Bolsonaro no Maranhão
Bolsonaro vê questões 'mais complexas' no país do que as raciais. (Alan Santos/ PR)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (20) que o lugar de quem prega discórdia "é no lixo" no dia seguinte em que um homem negro foi espancado até a morte por seguranças de uma loja do Carrefour em Porto Alegre.

O mandatário não citou o caso do assassinato de João Alberto Silveira Freitas no Rio Grande do Sul. Nesta sexta, houve manifestações ao menos em Porto Alegre, São Paulo e Brasília em razão da morte na loja.

Bolsonaro afirmou que "aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história". "Quem prega isso está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!"

Sem citar o episódio do Carrefour ou a data que celebra a memória de Zumbi dos Palmares, Bolsonaro disse que "o Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações".

"Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso", escreveu o presidente.

Segundo ele, o país é uma única família na qual "podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros".

"Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre classes, sempre mascarados de 'luta por igualdade' ou 'justiça social', tudo em busca de poder", escreveu Bolsonaro.

O presidente ainda escreveu que "não podemos nos deixar ser manipulados por grupo políticos". "Como homem e como presidente, sou daltônico: todos têm a mesma cor. Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. Existem homens bons e homens maus. São nossas escolhas e valores que fazem a diferença."

Nesta sexta, Dia da Consciência Negra, o vice-presidente Hamilton Mourão lamentou o espancamento de Freitas, mas disse não considerar que o episódio tenha sido provocado por racismo.

Questionado sobre se considerava que o episódio mostrava um problema de racismo no Brasil, Mourão respondeu: "Não, para mim no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar, isso não existe aqui. Eu digo para você com toda tranquilidade, não tem racismo".

João Alberto Silveira Freitas era conhecido como Beto. "Ele ganhou esse apelido da madrinha com um aninho de idade", disse o pai dele, João Batista Rodrigues Freitas, 65, à Folha.

Segundo informações do site GaúchaZH, o espancamento aconteceu após uma briga da vítima com uma funcionária do supermercado. Ela chamou os seguranças, que levaram Beto Freitas para o estacionamento e o espancaram até a morte.

O Carrefour, por meio de sua assessoria de imprensa, definiu a morte como brutal e anunciou que romperá o contrato com a empresa responsável pelos seguranças.

A empresa informou também que vai demitir o funcionário responsável pela loja na hora do ocorrido.

VEJA A ÍNTEGRA DA PUBLICAÇÃO DE BOLSONARO NAS REDES SOCIAIS

"- O Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações. Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso. Em uma única família brasileira podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros.

- Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre classes, sempre mascarados de "luta por igualdade" ou "justiça social", tudo em busca de poder.

- Estamos longe de ser perfeitos. Temos, sim, os nossos problemas, problemas esses muito mais complexos e que vão além de questões raciais. O grande mal do país continua sendo a corrupção moral, política e econômica. Os que negam este fato ajudam a perpetuá-lo.

- Não adianta dividir o sofrimento do povo brasileiro em grupos. Problemas como o da violência são vivenciados por todos, de todas as formas, seja um pai ou uma mãe que perde o filho, seja um caso de violência doméstica, seja um morador de uma área dominada pelo crime organizado.

- Existem diversos interesses para que se criem tensões entre nosso próprio povo. Um povo unido é um povo soberano, um povo dividido é um povo vulnerável. Um povo vulnerável é mais fácil de ser controlado. E há quem se beneficie politicamente com a perda de nossa soberania.

- Não nos deixemos ser manipulados por grupos políticos. Como homem e como Presidente, sou daltônico: todos têm a mesma cor. Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. Existem homens bons e homens maus. São nossas escolhas e valores que fazem a diferença.

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- Aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história. Quem prega isso, está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!"

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