O governo federal vai mudar o formato do convite para um encontro com ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) marcado para a terça (27).
A ideia é substituir a proposta de café da manhã dos nove integrantes do órgão de fiscalização com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por uma videoconferência. Ministros que preferirem não ir ao Palácio do Planalto poderão participar da conversa por meio virtual.
O governo tenta evitar, assim, o fiasco que já se desenhava: até a manhã desta segunda (26), apenas quatro ministros tinham confirmado presença.
Um estava indeciso e quatro já tinham declinado do convite a presidente do TCU, Ana Arraes, o vice, Bruno Dantas, e os dois ministros que relatam justamente assuntos da área da saúde, Vital do Rêgo e Benjamin Zymler.
Bolsonaro tinha marcado o café da manhã na terça (27) porque ele coincide com o dia da instalação da CPI da Covid no Senado. O presidente quer prestar contas das ações de combate à epidemia do novo coronavírus ao TCU. O tribunal já está abastecendo senadores com os relatórios de suas investigações sobre a gestão do governo na área, apontando problemas em vários dos programas adotados.
A possibilidade de um encontro presencial, no entanto, contrariou parte dos integrantes do órgão de fiscalização e ameaçava esvaziar o encontro.
Os ministros acreditavam que a imagem de todos eles aglomerados no Palácio do Planalto para conversar com o presidente e sua equipe seria ruim pelo mau exemplo que daria para a população: no pior momento da epidemia de Covid-19, os brasileiros estão sendo chamados a evitar encontros presenciais para tentar conter a disseminação do coronavírus.
A reunião, de fato, estaria lotada. O Palácio do Planalto anunciou ao TCU que Bolsonaro levaria sete ministros de seu governo, e mais o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, para a conversa.
Além do risco de um encontro presencial, um café da manhã criaria um ambiente de congraçamento no momento em que o TCU faz rigorosa fiscalização sobre os atos do governo na epidemia.
Já uma videoconferência pode dar caráter mais sóbrio ao encontro. De acordo com um dos ministros do tribunal, ou a reunião é técnica, e dela podem participar também os auditores do TCU, o que se torna possível em uma videoconferência, ou ela é festiva e não deve acontecer.
Com a possibilidade de reunião virtual, aumentam as chances de todos os integrantes do TCU participarem da conversa com Bolsonaro.
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