BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que espera "que o Senado bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador, que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva". Ele falou em ato na Avenida Paulista convocado neste 7 de Setembro por bolsonaristas para pedir o impeachment do magistrado.
Bolsonaro também defendeu a aprovação de anistia para os presos pelos atos golpistas do 8 de janeiro e sugeriu que sua inelegibilidade por oito anos, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seja revisada pelo Congresso. "Tenho certeza que essas duas acusações estapafúrdias, sem razão, sem materialidade, será mais cedo ou mais tarde conseguida por trabalho dentro do Congresso Nacional", disse o ex-presidente.
"Quem tem que escolher seus futuros chefes é o povo brasileiro, e não um ou outro ministro que temporariamente esteja à frente do TSE", complementou Bolsonaro.
Declarado inelegível pelo TSE até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, o ex-presidente foi indiciado neste ano pela Polícia Federal em inquéritos sobre as joias e a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.
Além desses casos, Bolsonaro é alvo de outras investigações, que apuram os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado democrático de Direito, incluindo os ataques de 8 de janeiro de 2023.
Parte dessas apurações está no âmbito do inquérito das milícias digitais relatado pelo ministro Alexandre de Moraes e instaurado em 2021, que podem em tese resultar na condenação de Bolsonaro em diferentes frentes.
Em discurso emocionado, ele também relembrou a facada que sofreu em 2018 e afirmou novamente que sua primeira eleição foi resultado de uma "falha no sistema" eleitoral. Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de conduzir as eleições de 2022 de maneira "parcial" e de "escolher seus alvos".
"Eles, para evitar que eu tivesse chance de voltar, decretaram a minha inelegibilidade. Uma das razões foi porque me reuni com embaixadores. Eu não me reuni com traficantes no Morro do Alemão, como o Lula fez. Esses inquéritos, que dali derivam outros, em cima de ditas petições, deram amplos poderes a Alexandre de Moraes, que escolheu seus alvos, incluindo meu filho Eduardo Bolsonaro. Isso foi ratificado nos áudios vazados na operação conhecida como Lava Toga", discursou Bolsonaro.
Antes dos discursos, Bolsonaro cumprimentou apoiadores e subiu no caminhão de som ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e dos filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) pouco depois das 14h. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também estava no veículo, mas não foi anunciado.
No mesmo trio estavam ainda o pastor Silas Malafaia ao lado de um grupo de legisladores bolsonaristas, como os senadores Magno Malta (PL) e Marcos Pontes (PL) e os deputados federais Mario Frias (PL) e Ricardo Salles (Novo). Antes dos discursos, o caminhão mesclava falas religiosas, paródias de funks e odes a Bolsonaro.
O ex-presidente esteve em hospital na manhã deste sábado (7), em São Paulo, porque, segundo seu entorno, se sentiu mal em decorrência de uma gripe.
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