Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (18), o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que o pedido para que o Itamaraty procurasse viabilizar a importação da hidroxicloroquina partiu do Ministério da Saúde. No entanto, reconheceu que houve participação do presidente Jair Bolsonaro.
Ernesto era questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a mobilização dos postos diplomáticos para obter a importação da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo.
O ex-chanceler, então, explicou que o estoque brasileiro estava baixo e que o medicamento é também importante para o tratamento de outras doenças. Ernesto foi então questionado de onde partiu o pedido para a importação. "No caso, o Ministério da Saúde foi quem nos pediu que procurasse viabilizar essa importação", respondeu.
Renan então perguntou se Ernesto havia discutido com outras autoridades a situação. "Não. Eu não me recordo não. Enfim, houve, claro, houve. Não foi exatamente um pedido para implementar esse pedido do Ministério da Saúde, mas o presidente da República, ele, em determinado momento, pediu que o Itamaraty viabilizasse um telefonema dele com o primeiro-ministro [da Índia]", disse o ex-chanceler.
Renan então perguntou diretamente se houve participação do presidente da República. "Sim", respondeu Ernesto. "O presidente, vamos dizer...", complementava o ex-chanceler, quando foi interrompido pelo relator.
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