Prometendo promover uma reforma nas diretrizes escolares brasileiras, o deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) voltou a criticar o Ministério da Educação (MEC) e disse, durante palestra para empresários no Espírito Santo, que, se eleito, "vai entrar com um lança-chamas no MEC e tirar o Paulo Freire lá de dentro". Na palestra, contudo, ele não detalhou como pretende implementar as mudanças.
O parlamentar se refere à influência do educador Paulo Freire, que morreu em 1997, na metodologia de ensino das escolas públicas brasileiras. Bolsonaro argumenta que Freire, considerado por alguns como o patrono da educação no país, trouxe um viés marxista para o ensino, que, segundo Bolsonaro, tem atrapalhado o desenvolvimento dos estudantes.
"A educação brasileira está afundando. Temos que debater a 'ideologia de gênero' e a escola sem partido. Entrar com uma lança-chama no MEC para expulsar o Paulo Freire lá de dentro. A imprensa já falou que eu queria matar gente lá, eu não posso mais usar figura de linguagem. Os alunos de 15 anos já não sabem fazer nem regra de três, não sabem nada de física, química e matemática. Por outro lado, eles defendem que tem que ter senso crítico. Vai lá no Japão, vai ver se eles estão preocupados com pensamento crítico. A educação tem que ser mais objetiva", argumenta.
Na última terça-feira (31), ele também já havia defendido a implantação de colégios militares nos Estados, como uma de suas propostas para melhorar o desempenho no ensino público.
FOIÇADA NO PESCOÇO DA FUNAI
O parlamentar usou uma figura de linguagem ainda mais "agressiva" ao falar sobre a Fundação Nacional do Índio (Funai). Para Bolsonaro, o órgão tem atrapalhado o desenvolvimento econômico do país e, por isso, pretende extingui-lo.
"A Funai é um órgão que fica exigindo laudos e mais laudos porque, desculpe a linguagem, tem um cocô petrificado de índio no terreno, querendo dizer que porque lá passou um índio alguma vez na vida, não pode construir nada em cima. Pelo amor de Deus, hoje um índio constrói uma casa no meio da praia e a Funai vêm e diz que ali agora é reserva indígena. Se eleito, eu vou dar uma foiçada na Funai, mas uma foiçada no pescoço. Não tem outro caminho. Não serve mais", discursou.
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