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Bolsonaro recua de ataques a Barroso e diz que eleição terá 'ritmo normal'

Bolsonaro recua de ataques a Barroso e diz que eleição terá 'ritmo normal'

O tom pacífico adotado por Bolsonaro hoje contrasta com o longo histórico de gestos do presidente com o intuito de questionar a segurança do sistema eleitoral

Publicado em 19 de abril de 2022 às 17:26

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Em busca da reeleição, o presidente Jair Bolsonaro filiou-se ao PL
O presidente Jair Bolsonaro deve mudar o tom para as Eleições 2022 . (Valter Campanato/Agência Brasil)

Acostumado a confrontos institucionais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou nesta terça-feira (19) tom moderado ao falar das eleições de 2022 e fez um elogio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-chefe do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luis Roberto Barroso, a quem já acusou de "ter candidato", e, sem provas, de favorecer o principal adversário no pleito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O tom pacífico adotado por Bolsonaro hoje contrasta com o longo histórico de gestos do presidente com o intuito de questionar a segurança do sistema eleitoral no país e questionar a legitimidade e a confiabilidade do voto eletrônico.

Recentemente, o pré-candidato à reeleição chegou a afirmar que, caso seja derrotado por Lula nas urnas, em outubro, isso só ocorreria por ocasião de uma fraude. No ano passado, Bolsonaro liderou um movimento em favor do que ficou conhecido como projeto do voto impresso —a proposição, no entanto, foi derrotada no Congresso.

Na esteira dos ataques ao sistema eleitoral, Bolsonaro também não poupou críticas e palavras agressivas contra ministros do STF e do TSE, em referências diretas a Barroso (ex-presidente do Tribunal), Edson Fachin (o atual) e Alexandre de Moraes (o próximo). Na versão do governante, o trio seria responsável por uma tentativa de "roubar a liberdade" dos brasileiros.

As declarações de hoje ocorreram na solenidade realizada em comemoração do Dia do Exército, em Brasília.

Bolsonaro também enalteceu o papel das instituições militares na defesa da democracia e da "liberdade". Afirmou ainda que "a alma da democracia repousa na tranquilidade e na transparência do sistema eleitoral".

"Sistema esse que deve ser cada vez mais zelado por todos nós. E quem dá o norte para nós são as urnas. Que ali fazem surgir não só o presidente da República, bem como a composição do nosso Parlamento brasileiro. Não podemos jamais ter eleições no Brasil que sobre ela paire o manto da suspeição [sic]. E esse compromisso é de todos nós. Presidente dos Poderes, comandantes de Forças, aqui, obviamente... Direcionado ao trabalho do senhor ministro da Defesa. Todos nós somos importantes. Todos nós somos agentes desse processo."

Se, por um lado, Bolsonaro adotou um perfil ponderado do qual não está acostumado, por outro, o presidente voltou a usar uma de suas frases de efeito mais recorrentes para provocar membros da Corte.

"Nós todos um dia, militares, juramos dar a vida pela pátria se preciso for. E todos nós, povo brasileiro, faremos mais do que isso para garantir a nossa liberdade e para garantir que todos, sem exceção, joguem dentro das quatro linhas da nossa Constituição."

As "quatro linhas da Constituição" é uma figura de linguagem comumente utilizada pelo chefe do Executivo federal para criticar decisões de ministros da Corte, que, de acordo com o seu entendimento, extrapolariam os limites impostos pela Carta Magna em episódios como o inquérito das fake news e a prisão do deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ).

GENERAL VILLAS BOAS

Bolsonaro declarou que o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, "marcou a história" pela atuação durante o processo que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.

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"Também agora em 2016. Em mais outro momento difícil da nossa nação, a participação do então comandante do Exército, Villas Boas, marcou a nossa história."

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